Atentados em Paris. Salah Abdeslam condenado a prisão perpétua

Dezanove dos 20 acusados foram considerados culpados de todas as acusações.

O principal acusado da autoria dos atentados de 2015 em Paris, Salah Abdeslam, foi esta quarta-feira condenado a prisão perpétua por um tribunal francês, avança a AFP.

Dezanove dos 20 acusados foram considerados culpados de todas as acusações que lhes foram imputadas após os ataques à sala de espetáculos Bataclan - durante um concerto da banda norte-americana Eagles of Death Metal -, ao Stade de France - onde jogava a seleção francesa de futebol com a alemã - e a várias esplanadas em Paris que resultaram em 130 mortos.

Abdeslam foi condenado homicídio e de tentativa de homicídio com uma organização terrorista, entre outras acusações.

Um amigo de infância de Abdeslam, Mohamed Abrini, acusado de prestar apoio logístico aos ataques, também foi condenado a prisão perpétua com pena mínima de 22 anos.

O presidente do tribunal, o juiz Jean-Louis Peries, leu os veredictos numa sala de audiências cercada por segurança sem precedentes, encerrando um julgamento de nove meses.

Osama Krayem e Sofien Ayari, cuja acusação havia demonstrado a "certeza" de que realizariam um ataque no aeroporto de Amesterdão no mesmo dia dos atentados de Paris, foram condenados a 30 anos de prisão.

Considerado pela Procuradoria Nacional Antiterrorista como o "homem confiança" da logística da célula, Mohamed Bakkali também foi condenado a 30 anos de prisão.

Seis réus foram julgados à revelia, incluindo cinco altos funcionários do Estado Islâmico (EI), presumivelmente mortos, incluindo o alegado patrocinador dos ataques, o belga Oussama Atar.

As penas variam de dois anos a prisão perpétua e três arguidos foram condenados a penas de prisão suspensas, não regressando à cadeia.

Catorze dos réus foram ao tribunal, incluindo Salah Abdeslam, o único sobrevivente do grupo de dez membros que aterrorizou a capital francesa na noite de 13 de novembro de 2015.

Para as famílias das vítimas e sobreviventes dos ataques, o julgamento foi doloroso, mas crucial na sua procura por justiça.

O júri esteve reunido dois dias e meio numa caserna militar secreta para deliberar e foram ouvidas 1800 testemunhas naquele que é o mais longo processo de sempre em França, tendo sido mobilizados 330 advogados.

Foi construída, especificamente para esta ocasião, uma sala de tribunal instalada no Palácio de Justiça de Paris, junto a Notre Dame, que será mantida para o processo dos atentados do 14 de julho de 2016, em Nice.

Notícia atualizada às 21h49

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