O líder parlamentar do PSD lembra que a tradição é eleger como presidente da Assembleia da República o candidato proposto pelo partido mais votado.
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"Não há nenhuma altura na nossa história democrática em que não tenha sido esse partido a propor e fazer aprovar o presidente da Assembleia da República. É mais uma das boas tradições da nossa democracia que o PS quer travar e inverter", declarou Luís Montenegro numa alusão à decisão da direção dos socialistas de propor a candidatura de Ferro Rodrigues ao cargo de presidente da Assembleia da República.
Quanto a Fernando Negrão, candidato proposto pelo PSD para presidente da Assembleia da República, Luís Montenegro apontou-o como "um exemplo vivo e reconhecido por todas as bancadas da capacidade de um deputado de poder exercer uma função de liderança e organização dos trabalhos com isenção, com imparcialidade, com um conhecimento jurídico-constitucional apurado, com sentido de responsabilidade".
Segundo o líder parlamentar do PSD, "isso foi dito por todos os partidos políticos" a propósito do desempenho de Fernando Negrão na presidência da Comissão de Assuntos Constitucional e de comissões de inquérito. Comparando Fernando Negrão com Ferro Rodrigues, Luís Montenegro considerou que o social-democrata é "claramente a pessoa com melhores condições para exercer o cargo".
"Nós entendemos que a nossa candidatura é, do ponto de vista político e pessoal, muito forte, e espero sinceramente que os deputados da Assembleia da República em 2015 não deixem de fazer a opção que sempre fizeram desde o 25 de Abril, que foi dar a oportunidade ao maior partido de ter o presidente da Assembleia da República", concluiu.
Do lado do PS, Ferro Rodrigues, o candidato apresentado pelo PS e que deve merecer o apoio da esquerda parlamentar, manifesta confiança na eleição. Ferro Rodrigues sublinha que não se trata de "uma corrida de bicicletas" e diz-se confiante apesar da candidatura do social democrata Fernando Negrão que considera fazer parte do "jogo democrático".
Nos últimos 20 anos, tem havido apenas um candidato ao cargo de presidente da Assembleia da República, proposto pelo partido mais votado nas legislativas, e que tem sido sempre eleito à primeira volta - com exceção de Fernando Nobre, proposto pelo PSD em 2011, que falhou por duas vezes a eleição, dando lugar à candidatura de Assunção Esteves.