AD vence, PS e Chega com mesmo número de deputados. Montenegro diz que "povo quer este Governo", Pedro Nuno demite-se
A vitória eleitoral vai para a AD, o PS e o Chega ficam com o mesmo número de deputados. Veja aqui os resultados oficiais
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O líder da coligação vencedora das eleições, Luís Montenegro, começou por pedir que "agora deixem o Luís trabalhar", numa referência à música oficial da campanha.
Depois de agradecer ao povo português, aos democratas e à família, o presidente do PSD considera que os eleitores deram "um voto de confiança ao Governo, à AD e ao primeiro-ministro".
"Nestas eleições, que foram antecipadas e não exigidas pelas pessoas, os políticos perguntaram ao povo que programa queriam para a sua governação e que primeiro-ministro queria na sua concretização. A resposta foi clara", disse Montenegro, pedindo que todos os partidos "devem ter capacidade de diálogo".
O social-democrata afirma que "os portugueses não querem mais eleições antecipadas", num pedido claro de que esta legislatura dure até ao fim dos quatro anos: "Às oposições caberá respeitar e cumprir a vontade popular."
O primeiro-ministro pede "sentido de Estado e responsabilidade", repetindo que "o povo quer este Governo e não quer outro" e "quer este primeiro-ministro e não quer outro".
"Vamos continuar a valorizar o trabalho e os rendimentos dos portugueses, a estimular o investimento (...) Vamos criar mais riqueza para combater a pobreza (...) Vamos continuar a apostar na juventude", garante Luís Montenegro.
O líder da AD agitou algumas das bandeiras da campanha eleitoral e terminou o discurso com as palavras do Papa Francisco: "Nós vamos ser o Governo para todos, todos, todos."
Já na fase das respostas aos jornalistas, Montenegro exalta a diferença nas votações de há um ano para agora e assume que não "há outra solução de Governo do que aquela que emana" dos resultados eleitorais, apontando que a única possibilidade de alternativa ser uma coligação entre PS e Chega: "Não me parece."
"Não vou estar aqui a teorizar", recusou o social-democrata.
Questionado sobre o crescimento do Chega, Luís Montenegro preferiu relevar "o reforço da confiança" no Governo e no primeiro-ministro. "Aquilo que é a distribuição das oposições, eu deixo para os analistas e para esses mesmos partidos", disse.
Sobre o caso Spinumviva, Montenegro diz que a "moção de confiança que o povo endereçou hoje ao Governo é suficiente para que todos assumam as respetivas responsabilidades (...) e mostrem a maturidade política dos próprios, das suas forças políticas e da democracia".
Montenegro recusou comentar a nova composição ou diálogos com outros partidos: "Muito menos falar de uma hipotética revisão constitucional. Bom, e quanto a escolher líderes políticos de outros partidos, era o que faltava."
Todos os círculos eleitorais em território nacional estão fechados. A vitória da AD confirma-se, com a coligação a obter 32,72% dos votos e a eleger 89 deputados.
O segundo lugar é do PS, ainda que só em número de votos, já que há um empate com o Chega a nível de deputados. Os socialistas ficam com 23,38% dos votos, contra os 22,56% do partido de André Ventura, mas ambos conquistam 58 cadeiras no Parlamento.
A Iniciativa Liberal (5,53%) mantém-se como quarta força política, aumentando o número de eleitos face ao ano passado. Agora, vão sentar-se nove liberais no Parlamento.
Outro dos vencedores da noite é o Livre, já que aumentou o número de deputados para seis, obtendo 4,20% dos votos.
A CDU ficou com 3,03% dos votos, com apenas três deputados no Parlamento. Pior ficou o Bloco de Esquerda, que ficou-se pelos 2% e Mariana Mortágua fica sozinha na Assembleia da República. À última, o PAN (1,36%) também conseguiu eleger Inês Sousa Real.
O último grande vencedor da noite eleitoral foi o JPP. O partido conseguiu eleger um deputado, Filipe Sousa, pelo círculo eleitoral da Madeira.
Também Rui Rocha agradece pela "confiança" dos portugueses e garante: "Não teria feito nada diferente."
Depois de conseguir eleger nove deputados, o líder da Iniciativa Liberal (IL) garante que, mesmo que "o caminho se faça mais devagar" do que o desejado, a postura do partido vai manter-se "igual".
Rui Rocha recusa "alimentar discursos populistas e trair confiança dos portugueses", mas mantém-se disponível para se afirmar como uma "garantia de estabilidade para o país". Para o líder da IL, está descartada a hipótese de vir a integrar num Governo com AD, até porque as “maiorias possíveis estão constituídas”.
Em declarações à TSF, o liberal reconhece que o país está perante um Parlamento "desafiante".
Numa publicação na rede social X (antigo Twitter), o socialista e antigo primeiro-ministro António Costa disse ter felicitado Luís Montenegro "pela sua vitória eleitoral".
"Irei trabalhar em estreita colaboração com o próximo Governo de Portugal para tornar a Europa mais forte, mais próspera e mais autónoma", acrescentou o presidente do Conselho Europeu, sublinhando, que, apesar dos "tempos difíceis", está confiante de que "tal como no passado, a União Europeia vai cumprir os seus objetivos e sair mais forte".
André Ventura é recebido em festa na sede do partido e não esconde a felicidade, após conseguir eleger 58 deputados, mais oito do que no ano passado: "É uma grande vitória para o Chega."
O presidente do Chega ataca as empresas de sondagens e pede que sejam retiradas "consequências". Caso os resultados da emigração sejam favoráveis para o Chega, o partido pode tornar-se na segunda maior força política em Portugal, "algo que não acontecia desde o 25 de Abril de 1974", prossegue.
"Acabou o bipartidarismo em Portugal, mas ainda não vencemos."
André Ventura promete "exigir contas a todos" e congratula-se por conseguir "varrer a esquerda". A incluir pela primeira vez a palavra Governo no discurso, o líder do Chega promete ainda ser "o futuro".
O presidente do Chega recupera as palavras de Pedro Nuno Santos, que há instantes o acusou de ter assumido uma postura agressiva durante a campanha eleitoral, e avisa: "Eles ainda não viram nada."
Num discurso feito de expressões populares, surge mais uma promessa: "A mama vai mesmo acabar."
"O Chega superou o partido de Mário Soares, de António Guterres, matou o partido de Álvaro Cunhal e varreu o Bloco de Esquerda do mapa de Portugal."
O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, começou por agradecer aos portugueses que "confiaram no PS" e em si próprio.
"São tempos duros e difíceis para esquerda e para o PS", assume o socialista.
Depois de fazer um balanço da campanha, Pedro Nuno Santos assumiu a derrota, apesar "da boa campanha", e revelou que já falou com Luís Montenegro, pedindo que faça jus à confiança que os eleitores lhe deram.
"Não cabe ao PS ser o suporte deste Governo. Luís Montenegro não tem a idoneidade necessária para o cargo de primeiro-ministro e as eleições não mudaram esse cenário. Lidera um Governo que falhou a vários níveis no último ano. Apresentou um programa que vai contra os valores do PS. Estas são, na minha opinião, mais do que razões suficientes para que o PS não dê suporte a um Governo de Luís Montenegro", explicou.
Sobre o crescimento da extrema-direita, Pedro Nuno Santos considera que está "mais mentirosa" e que é preciso continuar a "combatê-la", esteja "no poder ou a influenciar o poder".
"Acho que honrei a história do partido. Foi isso que tentei fazer ao longo do último ano e cinco meses (...) Assumo as minhas responsabilidades como líder do partido. Vou por isso pedir eleições internas à Comissão Nacional. Está acertado com o presidente do partido convocar a Comissão Nacional para o próximo sábado. Pedirei eleições internas às quais não serei candidato", anuncia.
E atira: "Como disse Mário Soares, só é vencido quem desiste de lutar e eu não desistirei de lutar. Até breve e obrigado a todos."
Já na fase das respostas aos jornalistas, Pedro Nuno Santos acredita que "cada um tem uma opinião sobre o que correu mal".
"Os partidos que provocaram a instabilidade foram premiados. A AD atirou o país para eleições, porque sentiu o seu líder apertado, e o Chega apresentou uma moção de censura e nunca contribuiu para a estabilidade política. E o partido, que ao longo do último ano, deu todas as condições de estabilidade para que a AD fizesse o seu trabalho, foi penalizado", lamentou.
O ainda líder socialista considera que fez o "o melhor", mas "não foi suficiente", crendo que não é "a pessoa certa para fazer juízos".
"Eu deixo de ser secretário-geral a partir do momento que der. Se puder ser já", afirma Pedro Nuno Santos, considerando que o PS precisa de continuar o seu trabalho da forma mais célere possível.
Questionado sobre a comissão parlamentar de inquérito ao primeiro-ministro e sobre a votação do programa de Governo, o socialista deixa isso para o futuro do partido, mas considera que as razões para o inquérito a Montenegro se mantêm.
Nuno Melo fala numa derrota pesada para o PS e espera que o resultado "sirva de lição" para os socialistas. O atual presidente do CDS-PP espera ainda que a leitura que será feita no Largo no Rato seja a da "responsabilidade" para o futuro.
Que sirva de lição ao PS. O aumento claro da diferença entre AD e PS é igualmente um sinal que os portugueses esperam dos socialistas um sentido de responsabilidade.
A porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, assumiu que o resultado eleitoral ficou aquém das expectativas do partido, mas congratulou-se por manter-se no Parlamento.
"É sem dúvida muito importante para as causas que nós representamos e deve-nos orgulhar", disse Inês Sousa Real.
A líder do partido ambientalistas garante que estará nas ruas e no Parlamento para que as causas "não fiquem para trás" neste "momento tão delicado para a democracia".
Inês Sousa Real agradeceu aos eleitores e à direção do partido.
Depois de conseguir eleger seis deputados, Rui Tavares deixa uma palavra de agradecimento aos portugueses: "Tenho a certeza de que nunca se arrependerão do vosso voto."
O porta-voz do Livre promete "dinamizar um grande movimento democrático e progressista no país". "Este é o início de uma reviravolta", garante, deixando mais uma promessa: "Vamos a todos os cantos do país" para mostrar "que construimos nestes 50 anos do 25 Abril tem muito para dar".
Rui Tavares lamenta a viragem à direita nestas legislativas, nomeadamente o número de deputados de extrema-direita que passa a existir no Parlamento.
O antigo deputado socialista Ascenso Simões disse este domingo que não vai pedir já a demissão de Pedro Nuno Santos.
"Não vou pedir a cabeça de Pedro Nuno Santos hoje", disse à TSF, considerando que o importante neste momento é que o PS se prepare para as eleições autárquicas deste ano.
E lança críticas à gestão do partido: "Foi de uma inexperiência completa. Foi uma rapaziada que saiu de uma associação de estudantes e que foi beber uns copos para o Bairro Alto. Isto não é possível num partido como o Partido Socialista."
"Nós precisamos de voltar a ocupar o centro. Nós somos um partido amplo, um partido de democratas-cristãos, sociais-liberais, sociais-democratas, socialistas e somos principalmente um partido de gente que não tem partido, ou seja, que vota no Partido Socialista porque acredita no Partido Socialista enquanto o espaço moderado de justiça social, de equidade, democracia, de liberdade", pede Ascenso Simões.
Para Paulo Raimundo, "o resultado da CDU, marcado pela resistência num quadro particularmente exigente, não reflete a expressão de apoio e reconhecimento que a campanha mostrou, nem a situação que o país exigia".
O secretário-geral da CDU considera que os resultados da noite eleitoral são uma "resposta eleitoral condicionada por alegadas disputas de maiorias eleitorais". Paulo Raimundo vê com "grande satisfação" o trabalho do partido, numa altura em que tudo indica que o partido vai manter o mesmo número de deputados na Assembleia da República.
Ainda assim, para o comunista há uma "evolução negativa" na constituição do Parlamento, resultado "da política de instabilidade" da AD e da "falta de credibilidade do PS". Relativamente ao número de deputados do Chega, Paulo Raimundo assume "coragem" para enfrentar extrema-direita e não tem dúvidas de que "este é o tempo do combate".
Mariana Mortágua defende que o Bloco de Esquerda (BE) fez uma "boa campanha" e expressa "orgulho" nos bloquistas. Ainda assim, a "derrota da esquerda" não passa indiferente à coordenadora do BE, que também assinala uma "viragem avassaladora à direita" no país.
"É uma viragem que arrasta consigo uma ideologia de ódio e perigo", atira, sublinhando que agora é tempo de "refletir".
"Deixamos uma nota de esperança para o futuro. Temos um longo trabalho pela frente para construir e alargar a esquerda. Cá estaremos para enfrentar a extrema-direita", assume Mariana Mortágua.
Ninguém que defenda liberdade e democracia pode estar feliz esta noite.
A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, foi eleita deputada por Lisboa. É o único mandato conseguido pelo Bloco de Esquerda, pelo menos para já.
O deputado eleito pelo Juntos Pelo Povo (JPP) na Madeira, Filipe Sousa, espera levar o projeto político que o partido tem tido no arquipélago para o continente.
"Vamos fazer tudo para que a semente seja plantada como deve ser, bem adubada, para que possamos crescer e levar este projeto de comunidade, de proximidade, ao todo nacional. E é isso que se espera", disse Filipe Sousa à TSF.
Está fechado o círculo eleitoral do Porto, com a AD a conseguir eleger 15 deputados. O PS surge como segunda força política (24,04% dos votos) e elege 11 deputados.
Segue o Chega com 9 mandatos, IL com dois, Livre com outros dois e PCP com um.
O Bloco de Esquerda não consegue eleger ninguém, perdendo assim os dois deputados que tinha conquistado no Porto.
Isabel Camarinha, na sede de campanha da CDU, admite que os resultados já fechados dão uma garantia: "A CDU resiste."
A antiga líder sindical apela à luta dos trabalhadores, enquanto se cantava pela coligação PCP/PEV.
A CDU, coligação que abrange PCP e PEV, elegeu os primeiros dois deputado para a próxima legislatura: Paulo Raimundo, por Lisboa, e Paula Santos, por Setúbal.
Admito que entre Chega, AD e IL que possa existir.Imagine que havia, nós estávamos disponíveis para isso.
Para Pacheco de Amorim, a duração da legislatura do próximo Governo está dependente do "não é não" de Luís Montenegro. Sobre um possível entendimento com o Executivo, o vice-presidente do Chega garante que "tudo é possível".
Na TSF, o vice-presidente do Chega e da Assembleia da República acredita que o partido, quer em segundo ou terceiro lugar, "tem força suficiente para uma possível reconfiguração política no país". Pacheco de Amorim olha para os possíveis resultados eleitorais e não tem dúvidas: "Há uma derrota histórica da esquerda. Desde 1975 que não me lembro de uma coisa destas."
Questionado sobre uma revisão da constituição, o deputado do Chega acredita que pode avançar desta vez, caso exista uma frente de direita com PSD e IL.
O círculo eleitoral de Braga fechou com a vitória da AD com 36,3% dos votos e oito deputados eleitos. PS (23,02%) e Chega (21,99%) ficaram com cinco mandatos atribuídos cada, enquanto a Iniciativa Liberal elegeu Rui Rocha.
Segundo o presidente do PSD/Madeira, a região teve "mais uma grande vitória, foi uma vitória concludente e indiscutível", já que venceu nos 11 concelhos da Madeira e em 50 das 54 freguesias do arquipélago.
Albuquerque agradeceu a participação da população madeirense neste ato eleitoral, considerando que "ao contrário das expectativas e ao facto de termos eleições de forma recorrente nos últimos anos houve uma participação significativa importante da população" que participou neste ato cívico de "continuar a participar massivamente" os sufrágios
"É importante também sublinhar que a transferência de votos efetuou-se ao nível dos partidos da esquerda e que a AD reforçou a sua votação relativamente a 2024, quer em percentagem, quer em número de votos", adiantou.
Miguel Albuquerque referiu que, em relação às últimas eleições nacionais, a AD teve mais 5,4% dos votos e mais de quatro mil votos do que nas eleições de 2024, complementando que "o que se deu foi uma transferência maciça de votos da parte do PS" que, apontou, "teve uma grande quebra na Madeira, e que foi diretamente para o Chega", não tendo afetado o eleitorado do PSD/CDS, "nem pôs em causa a vitória" hoje alcançada.
Para o governante insular, "o PS pagou muito caro a irresponsabilidade de derrubar o Governo" e, acrescentou, "sendo um partido da formação do sistema democrático tem que aprender com esta lição".
No Algarve, o Chega venceu as eleições com 33,88% e alcançando quatro mandatos. A seguir ficou a AD, com 25,82% e três deputados. O PS também elege dois deputados, com 20,47% dos votos.
O círculo eleitoral da Guarda está fechado. A AD alcança mais votos (39,56%), mas divide o número de mandatos com o PS e Chega. Cada um dos três partidos elegeu um deputado.
Bragança foi ganha pela AD que teve 43,74% dos votos e elegeu dois deputados. O PS elegeu alcançou um mandato e teve 25,43% dos votos.
Apesar de o Chega ter alcançado os 20,42%, não conseguiu eleger nenhum deputado.
A AD também venceu o círculo eleitoral de Vila Real, elegendo três deputados e tendo 44,39% dos votos, enquanto PS (24,59%) e Chega (19,99%) elegeram um deputado cada.
Em Viana do Castelo, a AD obteve três mandatos e 39,57% dos votos. O Chega ficou em segundo lugar, com 22,97% dos votos e um deputado, o mesmo número de mandatos do PS, que ficou pelos 21,72%.
O círculo eleitoral de Viseu também já está fechado. A AD foi a mais votada, com 42,73% dos votos e quatro mandatos atribuídos. A seguir ficou o Chega, com dois mandatos e 22,14% dos votos, enquanto o PS teve 21,86% dos votos e dois deputados eleitos.
Está fechado o círculo eleitoral de Coimbra, com a AD a eleger quatro deputados. O PS fica como segunda força política (34,38%, três mandatos) e o Chega como terceira (18,39%, dois mandatos).
Com o círculo eleitoral de Portalegre fechado, o Chega foi o partido mais votado, com 29,9%, seguido pelo PS, com 28%. Ambos elegem um deputado.
A AD ficou em terceiro, com 26,84% dos votos, mas não consegue eleger.
A AD venceu as eleições no círculo eleitoral de Santarém, com 30,6% dos votos e quatro mandatos. A seguir ficou o Chega, com 28,13% e três deputados. Em terceiro ficou o PS, com 22,75% e dois deputados.
O círculo eleitoral de Castelo Branco também já fechou, com a AD a sair vencedora com 32,30% dos votos e dois deputados eleitos.
O PS (28,59%) elegeu um, o mesmo número do Chega (23,36%).
A iniciativa Liberal é o quinto partido a eleger deputados, com dois quase em simultâneo. Carlos Guimarães Pinto foi eleito pelo Porto e o líder, Rui Rocha, por Braga.
O círculo eleitoral da Madeira está fechado e há um novo partido na Assembleia da República. O JPP conseguiu 12,32 % dos votos, atrás do PS (12,32 %), Chega (20,90%) e AD (42,38%).
Filipe Martins de Sousa é deputado eleito do JPP.
O primeiro círculo eleitoral a fechar foi Beja e com o Chega a sair como vencedor, com 27,73%, à frente de PS (26,49%) e AD (20,89%). Ainda assim, os três mandatos eleitos pelo distrito foram divididos pelas três forças políticas.
Ainda que falte uma freguesia por apurar, o PS foi o partido mais votado no distrito de Évora, com 27,8% dos votos, seguido do Chega (24,92%) e AD (24,84%). Mais uma vez, tal como aconteceu em Beja, os três dividem os três deputados eleitos pelo círculo eleitoral.
O dirigente do Bloco de Esquerda, Jorge Costa, lamenta que os partidos à esquerda tenham os resultados "mais baixos de sempre".
À TSF, o bloquista afirma que a esquerda "não foi capaz" contrariar o crescimento da direita e da extrema-direita. "Que aprendamos com as experiências que têm sido feitas internacionalmente (...) É um centrão que insiste em não dar resposta", afirma.
E assume: "Hoje é uma noite má para o Bloco de Esquerda."
Para Jorge Costa, espera por ver "a postura da AD no Parlamento, perante o crescimento da extrema-direita".
Hugo Soares, líder parlamentar do PSD e deputado eleito por Braga, considera que a "coligação AD saiu reforçadíssima deste ato eleitoral".
"Parece-me seguro dizer que, perante as projeções, a AD teve uma vitória eleitoral reforçadíssima e os portugueses reforçaram a confiança em Luís Montenegro", defende, prosseguindo com uma avaliação positiva do Governo AD.
Para o sindicalista militante do PS, Pedro Nuno Santos pode não ter conseguido passar a mensagem aos eleitores: "A confirmarem-se os resultados é isso que se pode concluir." José Abraão considera que o secretário-geral do partido tentou "ganhar o centro político" e "não conseguiu", apesar de ter feito "uma boa campanha".
Questionado sobre uma possível demissão de Pedro Nuno Santos, o socialista remete a decisão para o próprio líder do partido.
"Há que reorientar o discurso do PS", atira, considerando que agora "tem de haver juízo".
"O Chega vai ter um resultado histórico. Vamos consolidar a nossa força", reage Pedro Pinto, do Chega, após a divulgação das projeções à boca das urnas, que dá a possibilidade ao partido liderado por André Ventura de se tornar a segunda força política.
"Ainda não sabemos se vamos ficar em segundo ou terceiro lugar, mas sabemos que o sistema já está a tremer", conclui.
Em declarações à TSF, o secretário-geral da FESAP, José Abraão, afirma que "ainda é cedo para que se tirem conclusões", mas os resultados "colocam o partido numa situação completamente inaceitável".
Estou chocado. Sempre acreditei que o PS podia afirmar-se como uma alternativa ao Governo. (...) É um momento difícil, é um momento de grande ponderação e reflexão.
Com 82% dos votos contabilizados, a AD está na frente com 35,65% dos votos. Em segundo lugar aparece o Chega, com 23,6%, e o PS está em terceiro com 22,87%.
A IL aparenta manter-se como quarta força política, com 4,01%, e o Livre está, neste momento, com 2,55%. A seguir está a CDU, com 2,5%. No sétimo lugar aparece o ADN como surpresa, com 1,61%, à frente de Bloco de Esquerda (1,58%) e PAN (0,94%).
Destaque ainda para o JPP, que no círculo eleitoral da Madeira está em terceiro, à frente do PS, e pode eleger um deputado.
Já foram eleitos 20 deputados para a próxima legislatura, com a AD em clara vantagem. Neste momento, a coligação já tem 15 deputados, incluindo Luís Montenegro e Nuno Melo. O Chega e o PS têm cinco deputados cada um, ainda que o partido de André Ventura esteja à frente no número de votos.
A até agora líder da bancada parlamentar do Livre, Isabel Mendes Lopes, disse que o partido espera pelos resultados finais das eleições e disse que as projeções estão em linha com os objetivos delineados.
Ainda assim, o Livre está preocupado com a subida da "direita radizalizada". Isabel Mendes Lopes agradeceu a todos os que votaram no partido e diz que o cenário "não muda muito", mas há "uma direita radicalizada que continua em alta".
"Nós sabemos que podemos construir um país bom para todos, mas para isso é preciso" estancar o crescimento da direita radical, disse.
André Ventura fala numa "grande vitória para o Chega" e deixa uma palavra de agradecimento: "Obrigado por terem mostrado que é possível quebrar 50 anos de um sistema político sempre igual."
"O Chega é hoje uma alternativa à governação", conclui.
Nos primeiros 15 deputados eleitos para a Assembleia da República, dez eram da AD, principalmente com ministros, Hugo Soares e Aguiar-Branco. De seguida, aparece o Chega com três deputados eleitos, enquanto o PS tem dois mandatos até ao momento.
Acompanhe aqui a contagem oficial de votos em tempo real.
O segundo deputado a ser eleito nestas eleições legislativas foi Hugo Soares, cabeça de lista da AD por Braga, atual líder parlamentar do partido. O terceiro foi Paulo Rangel, cabeça de lista pelo Porto.
AD continua na frente com 1.937 freguesias apuradas.
O Bloco de Esquerda, pela voz de Jorge Costa, garante que o partido continuará a lutar "olhos nos olhos".
As projeções apontam para uma descida dos bloquistas para um dos piores resultados de sempre.
As projeções da Pitagórica para a TVI/CNN Portugal, da CESOP-Universidade Católica para a RTP e do ISCTE para a SIC apontam para uma vitória da AD sem maioria absoluta, enquanto o PS e o Chega estão num empate técnico no segundo lugar.
Pitagórica para a TVI/CNN:
AD - 29,1%-35,1% - 80 a 100 mandatos
PS - 19,4%-25,4% - 50 a 70 mandatos
CH - 19,5%-25,5% - 50 a 70 mandatos
IL - 5%-8% - 6 a 14 mandatos
L - 3,2%-6,2% - 4 a 10 mandatos
CDU - 1,3%-4,3% - 1 a 5 mandatos
BE - 1,1%-4,1% - 1 a 5 mandatos
PAN - 0,5%-2,5% - 0 a 2 mandatos
CESOP-Universidade Católica para a RTP:
AD - 29%-34% - 85 a 96 mandatos
PS - 21%-26% - 52 a 63 mandatos
CH - 20%-24% - 50 a 61 mandatos
IL - 4%-7% - 6 a 12 mandatos
L - 3%-6% - 4 a 10 mandatos
CDU - 2%-4% - 2 a 4 mandatos
BE - 1%-3% - 1 a 3 mandatos
PAN - 1%-2% - 0 a 1 mandatos
JPP - 0%-1% - 0 a 1 mandatos
ISCTE para a SIC:
AD - 30,3%-34,7% - 82 a 94 mandatos
PS - 21,6%-25,8% - 56 a 66 mandatos
CH - 19,9%-24,1% - 55 a 65 mandatos
IL - 4,2%-7,4% - 6 a 12 mandatos
L - 3,3%-6,5% - 4 a 10 mandatos
CDU - 1,4%-4% - 1 a 4 mandatos
BE - 1%-3,6% - 1 a 4 mandatos
PAN - 0,5%-2,5% - 0 a 2 mandatos
JPP - 0% a 0% - 0 a 1 mandatos
Intercampus para a CMTV/Now
AD - 30,9%-36,9% - 87 a 99 mandatos
PS - 19,4%-25,4% - 52 a 62 mandatos
CH - 20,6%-26,6% - 57 a 67 mandatos
IL - 3,3%-7,3% - 5 a 11 mandatos
L - 1,9%-5,9% - 2 a 8 mandatos
CDU - 1,4%-4,4% - 1 a 5 mandatos
BE - 0,5%-3,5% - 0 a 3 mandatos
PAN - 0,3%-2,3% - 0 a 2 mandatos
JPP - 0%-1% - 0 a 2 mandatos
O primeiro deputado a ser eleito nestas eleições legislativas foi António Leitão Amaro, cabeça de lista da AD por Viseu e ministro da Presidência.
João Oliveira, eurodeputado da CDU, considera que as projeções à boca das urnas revelam a "resistência" do partido. Sobre uma possível vitória à direita, João Oliveira diz apenas que o partido vai continuar a trabalhar por condições de vida melhores, nomeadamente na habitação.
São projeções de uma resistência, de um resultado que resiste apesar de todos os pronúncios mais desastrosos.
O porta-voz do Livre, Rui Tavares, confessa que o partido aguarda com serenidade e "muito tranquilidade" pelos resultados eleitorais.
Questionado sobre as projeções da taxa de abstenção, Rui Tavares lamenta que há muitas pessoas que não tenham conseguido exercer o seu direito de voto por questões administrativas, nomeadamente emigrantes.
A social-democrata começa por agradecer a todos os "tornaram este ato eleitoral possível". Relativamente às projeções da abstenção, Margarida Balseiro Lopes nota ainda que "não há dados finais", mas acredita que está em linha com o que aconteceu nas eleições anteriores. "O que é bom", considera, acrescentando que a AD aguarda "com serenidade" pelos resultados.
A líder parlamentar do PS acredita na vitória do partido esta noite e desvaloriza as sondagens reveladas durante a semana passada.
"É um facto. As sondagens tendem a subestimar os resultados do PS", defende Alexandra Leitão, em declarações aos jornalistas, à chegada da sede de campanha.
"Acredito numa vitória do PS. É preciso acreditar até ao fim", insiste, considerando que "ainda é muito cedo" para falar de resultados.
Acabado de chegar à sede de campanha da AD, Luís Montenegro diz que ainda "não sabe se a abstenção aumentou" e garantiu que "ainda não tem discurso", recusando-se a responder a perguntas.
A projeção da taxa de abstenção da CESOP – Universidade Católica para a RTP dão resultados entre os 36% e os 42%. Os dados do ISCTE para a SIC colocam a abstenção entre os 34,7% e os 39,7%. Já a sondagem da Pitagórica para a TVI e CNN Portugal coloca a margem da taxa de abstenção entre os 41,5% e os 47,7%. Por fim, a projeção da Intercampus para o Now antecipa uma taxa de abstenção entre os 40,7% e os 45,7%.
Há um ano, a abstenção foi de 32,7%.
Rui Paulo Sousa, do Chega, acredita que as pessoas têm cada vez mais consciência da importância do voto. Em declarações aos jornalistas, reage às projeções da taxa de abstenção e afirma: "Obviamente demonstra que portugueses estão cada vez mais preocupados com a vida política."
Patrícia Gonçalves, do Livre, reage às projeções da taxa de abstenção, que indicam que esta pode ser maior do que nas anteriores legislativas.
"Estamos em mini-ciclos políticos, as pessoas estão cansadas", afirma, assumindo alguma "preocupação" com os números para já avançados.
Fecham as urnas em Portugal Continental e no Arquipélago da Madeira.
Ainda se vota nos Açores.
Pedro Nuno Santos chega "com muita tranquilidade" à sede de campanha do partido.
"Vamos esperar os resultados com serenidade", afirma o secrertário-geral do PS, em declarações aos jornalistas, desvalorizando as sondagens que foram divulgadas até sexta-feira.
O porta-voz da Comissão Nacional de Eleições assegurou à TSF que as eleições têm decorrido com "normalidade, sem incidentes de maior" e adiantou que o caso do autarca Miguel Coelho, que denunciou ter sido agredido à porta de uma assembleia de voto, ainda não foi analisado porque não houve qualquer queixa apresentada na comissão.
No círculo da emigração, há queixas de portugueses que não conseguiram votar, porque os boletins de voto não chegaram a tempo. Sara Cartaxo, emigrante portuguesa em Madrid, contou à TSF que perante a falta do boletim foi à embaixada, mas não há plano B e, por isso, não lhe foi permitido votar.
"Sinto-me triste", confessa.
O boletim de voto nem sequer chegou até mim. A expectativa fosse que existisse um plano B, que não fosse a segunda via. A segunda via é mais do mesmo e sofre das mesmas fragilidades, com a problemática adicional de ser mais em cima da hora. Se a tivesse recebido, teria votado.
"No ano passado já estava em Madrid e ainda não estava inscrita, renovei um voo de propósito para ir votar a Portugal. (...) Muitas vezes há uma imagem de que os emigrantes não se preocupam, isso não é verdade", sublinha.
Sara Cartaxo teme que o cículo da emigração eleja ainda menos deputados.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirma que o ligeiro aumento na deslocação às urnas registada até às 16h00 é "positiva", mas sublinha que as próximas horas (das 17h00 às 19h00) são as mais concorridas e, por isso, espera que a taxa de participação eleitoral possa subir. "Seria um bom sinal", defende.
O chefe de Estado considera mesmo que este é o "dia ideal para o exercício do direito do voto", sobretudo porque não está muito calor nem chove muito, o que não "atrai para outras atividades".
"Insisto muito que as pessoas que possam e queiram votar não percam a oportunidade", destaca.
Marcelo Rebelo de Sousa aponta que o mundo vive um "momento muito difícil", quer a nível económico, quer a nível político. É, por isso, fundamental que o povo, "que tem o poder de decidir", o possa fazer num mundo de "indecisão".
Sobre um eventual "berbicacho" no cenário pós-eleitoral, o Presidente garante que vai esperar "para ver o que o povo diz" e depois vai "pensar sobre isso", mas adianta que irá chamar já na segunda-feira os partidos que obtenham assento parlamentar para que possam reunir "calmamente, serenamente" nos dias seguintes.
Cerca de 48,28% dos eleitores inscritos nas eleições legislativas de hoje votaram até às 16h00, segundo dados divulgados pelo Ministério da Administração Interna (MAI) no site que permite acompanhar a afluência às urnas.
Esta percentagem é inferior à das últimas legislativas, realizadas a 10 de março de 2024, quando a afluência média às urnas à mesma hora se estimava em 51,96% dos eleitores.
André Ventura sublinha que hoje o importante é "a saúde da democracia" e apela ao voto dos portugueses, independentemente do partido.
"Não devem deixar na mão de outros essa oportunidade", afirma, pedindo um "esforço" para que os cidadãos se desloquem às urnas.
O líder do Chega votou na Escola Básica do Parque das Nações.
A coordenadora do BE assinala os 50 anos das primeiras eleições livres para sublinhar a importância do voto. Mariana Mortágua exerceu este direito em Arroios, Lisboa, e apela para que os portugueses se mobilizem na ida às urnas.
A bloquista esclarece ainda que "voto útil é aquele que elege deputados que estão no Parlamento a defender as nossas ideias e as propostas que são úteis para a nossa vida".
Para o resto do dia, Mariana Mortágua adianta que vai ficar "à espera do momento das primeiras projeções", com "muita confiança e entusiasmo".
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) alertou hoje que "os votos para serem considerados válidos só podem conter a cruz no quadrado a seguir ao símbolo da candidatura em que o eleitor pretende votar".
Num comunicado hoje divulgado sobre o preenchimento do boletim de voto, a CNE precisa que "o boletim de voto que contenha outros elementos - por exemplo, em que tenha sido assinalado mais do que um quadrado, em que tenha sido feito qualquer corte, desenho ou rasura ou em que tenha sido escrita qualquer palavra, - é considerado nulo".
Este esclarecimento surge depois de "terem chegado ao conhecimento da Comissão a divulgação de informações incorretas sobre o preenchimento do boletim de voto", esclarece a CNE.
Um movimento cívico de Braga, queixou-se hoje de ter sido proibido pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) de usar, sábado e hoje, t-shirts com apelos à ida às urnas, no âmbito da uma campanha contra a abstenção.
O coordenador do Movimento de Cidadania contra a Indiferença, Paulo Sousa, disse à Lusa estar "espantado" com a decisão da CNE e que já recorreu para tribunal.
"O apelo que fazemos nas t-shirts é em tudo idêntico ao que fez ontem [sábado] o Presidente da República e ao que estão a fazer hoje os vários líderes partidários. A própria CNE fez publicar nos jornais um anúncio em tudo idêntico. Trata-se, apenas e só, de um apelo à ida às urnas, no âmbito de uma campanha contra a abstenção que temos vindo a desenvolver", referiu.
Na parte da frente das t-shirts, está escrita a frase "No próximo dia 18, faça como eu. Vote".
Nas costas, lê-se "Votar é o nosso poder. Combate a abstenção. Vota".
Paulo Sousa disse que pediu um parecer à CNE não porque tivesse dúvidas sobre a legitimidade da utilização das t-shirts, mas apenas para estar prevenido caso fosse confrontado por qualquer autoridade ou cidadão.
Na resposta, a que a Lusa teve acesso, a CNE diz que, na véspera e no dia de eleições, "a lei proíbe qualquer tipo de propaganda eleitoral, mesmo indireta".
Acrescenta que, "considerando o contexto (por exemplo, pessoa associada a determinada candidatura ou ideologia política, associação a slogans utilizados por candidaturas)", as t-shirts podiam ser interpretadas "como tentativa de influenciar o voto" e, assim, violar a lei eleitoral.
Paulo Sousa diz que o movimento que lidera "é conhecido por manter uma equidistância em relação a todas as forças políticas" e que "só assim foi possível desenvolver uma intensa atividade cívica" ao longo dos seus quatro anos de existência.
Por isso, o movimento já recorreu ao tribunal, solicitando ao juiz de turno na Comarca de Braga para revogar a decisão da CNE, mas ainda não obteve resposta.
O ex-Presidente da República Cavaco Silva defendeu hoje que votar é um dever, que na situação que se vive no mundo Portugal precisa de estabilidade para resolver “graves problemas” e exigiu competência a todos os governantes.
“Cabe hoje aos eleitores decidir em consciência quem consideram mais capaz para liderar o governo de Portugal. Faço votos para que os portugueses em geral não deixem de cumprir o seu direito de votar”, afirmou Cavaco Silva.
O ex-Presidente da República disse ainda que na situação internacional “muito complexa, muito incerta, muito exigente aos governantes”, votar “não é apenas um direito, é um dever” e por isso, espera que uma “grande maioria” vote hoje.
Cavaco Silva falava aos jornalistas à saída da Escola Josefa D’Óbidos, em Lisboa, depois de “cumprir o dever” de votar, pelas 12h00, e adiantou que vai acompanhar os resultados eleitorais em casa, em família.
“Portugal precisa de estabilidade. Eu não vejo, por muito que tenho analisado e estudado, como poderá resolver os graves problemas que tem à sua frente sem estabilidade política”, considerou.
Principalmente, continuou, “tendo em conta a situação internacional muito complexa, muito difícil, muito exigente, exigindo a todos os governantes competência para tomar as decisões certas que se impõem num momento que é internacionalmente muito incerto”.
Questionado sobre a abstenção, Aníbal Cavaco Silva disse que tem “uma forte esperança” de que a abstenção “seja menor do que nas últimas eleições”, já que no seu entender, “isso é decisivo”, porque, “hoje são os portugueses que devem decidir o melhor que consideram para Portugal”.
Cerca de 25,56% dos eleitores inscritos nas eleições legislativas de hoje votaram até às 12h00, segundo dados divulgados pelo Ministério da Administração Interna (MAI).
Esta percentagem é superior à das últimas legislativas, realizadas em 10 de março de 2025, quando a afluência média às urnas à mesma hora se estimava em 25,21%% dos eleitores.
O socialista Miguel Coelho afirmou este domingo ter sido alvo de agressão por um indivíduo que o terá apelidado "amigo dos monhés" e gritado "vota Chega".
"Acabei de ser agredido por um indivíduo que me chamou “amigo dos monhés” e atitou-me ao chão com uma “pazada” na cara. Gritou “vota chega”", lê-se na publicação na rede social Facebook do presidente da junta de freguesia de Santa Maria Maior.
O presidente da Assembleia da República disse hoje que o momento que se vive é crítico e apelou ao voto, defendendo que abstenção é um obstáculo e quanto menor ela for, maior é a representatividade do povo.
“Este é um momento crítico e estou confiante que os portugueses esclarecidos pela campanha eleitoral irão fazer a sua opção”, disse José Pedro Aguiar-Branco.
O presidente da Assembleia da República falava aos jornalistas depois das 11:00, à saída da mesa do voto, na cidade do Porto, e disse que a meio da tarde se vai deslocar para Lisboa para acompanhar os resultados eleitorais, junto da estrutura da Aliança Democrática (AD).
Aguiar-Branco defendeu ainda que “a abstenção é um dos obstáculos quando o povo se quer exprimir” e, tendo em conta o tempo que esperou para votar, admitiu estar confiante que “a abstenção possa baixar”, porque, significa que "os portugueses se podem pronunciar”.
As eleições são, no seu entender, um “momento soberano” e “a sondagem das sondagens” já que tudo o que seja uma participação ativa “é importante para a democracia” e, depois todos devem aceitar os resultados.
“Nós temos de saber aceitar a vontade do povo português. Estou confiante que todos aceitarão e compreenderão e saberão interpretar corretamente aquilo que for a expressão” dos eleitores, afirmou.
Aguiar Branco desejou ainda que, nestas eleições, “a abstenção baixe, porque isso será um resultado muito significativo do regime democrático” do país e, “quanto maior for a votação sem abstenção, maior a representatividade da vontade do povo português”.
“A maior participação possível significa que o povo se exprime na sua maioria, que legitima ainda mais qualquer decisão do povo”, reforçou.
O líder do PS exerceu o direito ao voto cerca das 11h40 e repudiou o episódio de violência contra o socialista Miguel Coelho. Pedro Nuno Santos apela, por isso, a uma participação "serena", mas "massiva" às eleições legislativas.
O secretário-geral do PS sublinha que o voto é "a arma do povo" e uma das "maiores conquistas" de Portugal. Assinala igualmente que este é um dia em que se "ensina a liberdade, a democracia e a participação".
Ainda assim, mostra-se desagradado perante um alegado episódio de violência contra o socialista Miguel Coelho, sem adiantar pormenores sobre o ocorrido. Afirma que é preciso "responder com firmeza" contra qualquer tipo de violência e nota que é "preciso defender a democracia".
Espera, por isso, que o dia seja "sereno", mas "com grande participação".
"Aproveitemos este dia para participarmos de forma massiva para avançarmos com soluções para resolver a vida dos portugueses", apela.
Confessa ainda ter "boas expectativas" quando ao desfecho da noite eleitoral.
A porta-voz do PAN reconhece que o país vive um ciclo político antecipado, mas sublinha que, apesar disso, os portugueses devem "participar" neste ato cívico.
Inês Sousa Real fala num dia "muito importante para a democracia", apesar dos últimos três ciclos eleitorais muito curtos. Afirma que é necessário combater a abstenção e espera que o resultado das eleições legislativas deste domingo "possa garantir que o país parte para um novo ciclo político, com estabilidade".
"É um dia de festa para a democracia. Apesar de estarmos num ciclo antecipado, devemos participar", apela.
A líder do PAN insiste que esta é uma "oportunidade única" para que cada um possa "dar voz" àquilo em que acredita e, na próxima legislatura, quer implementar mecanismos que reaproximem os jovens das urnas.
O voto de Luís Montenegro foi colocado às 09h45 na urna da mesa n.º 8 da Escola Primária n.º2, em Espinho. O líder da AD está confiante numa "grande taxa de participação" nas legislativas deste domingo e sublinha que é "muito importante que os portugueses sintam a responsabilidade de escolher o seu futuro" e aproveitem "esse direito". Montenegro apela ainda para a "criação de condições para um futuro de estabilidade".
Num discurso em que enaltece a "democracia" e os "valores da liberdade", reconhece que a preocupação dos portugueses é que "destas eleições surjam soluções positivas".
O líder do PSD assinalou ainda como "muito bom indício e indicador" a utilização do mecanismo do voto antecipado por parte de mais de 300 mil portugueses, por entender que é uma forma de combater a abstenção e dar a oportunidade às pessoas de poderem adequar as suas vidas pessoais e familiares com este exercício deste direito e dever cívico.
"No caso concreto das eleições legislativas, acho que é redobradamente positivo, porque não só se votou de forma antecipada, como também em mobilidade, que é um voto mais difícil, porque estamos a falar de círculos eleitorais e é uma operação mais complexa do que foi, por exemplo, nas europeias, em que só há um círculo, que é o círculo nacional", acrescentou.
Montenegro referiu ainda que vai passar o dia com a família, em Lisboa, onde os seus filhos irão votar, e adiantou que ainda não tem preparado o discurso que fará depois de serem conhecidos os resultados.
"Só vou pensar nisso a partir do aparecimento dos resultados, que não vale a pena antecipar muito os cenários (...) gosto de sentir o momento, gosto de sentir aquela emoção também dos resultados chegarem e de se construir aquilo que será o desfecho final das eleições e, portanto, estou muito tranquilo como costuma ser o meu hábito em todas as ocasiões, mesmo aquelas que são, do ponto de vista emocional, mais intensas e também confiante, sem dúvida", afirmou.
O líder da IL, Rui Rocha, já exerceu o direito ao voto para as eleições legislativas deste domingo, no Centro Cívico de Nogueiró, em Braga. Confessa que está "muito motivado e confiante" e acredita que este "vai ser um bom dia para Portugal".
O liberal sublinha que, tal como há 50 anos Portugal viveu o primeiro ato eleitoral em liberdade, também hoje se decide algo "muito importante". Rui Rocha deixa o apelo para que "todos se dirijam às mesas de voto e que decidam em consciência".
Rui Rocha aponta que os próximos "quatro anos" são de uma "legislatura exigente" e, por isso, "faz sentido que todos contribuam".
Rui Tavares foi mais um dos líderes partidários a exercer o direito ao voto, em Lisboa. O líder do Livre sublinha que este é um "ato simples" que ajuda a que Portugal tenha "uma democracia melhor".
Questionado pelos jornalistas sobre se teme que os festejos do campeonato podem desencorajar ou distrair os eleitores, Rui Tavares responde que a "festa do futebol não impede a festa da democracia".
Revela igualmente preocupação com os "relatos de vários problemas administrativos" por parte de emigrantes na diáspora, que não conseguiram votar. O líder do Livre considera que esta é uma situação "deplorável" que já devia ter sido resolvida, até porque o interesse dos cidadãos estrangeiros prova que ainda existe uma ligação ao país de origem que "não se pode perder". Pede, por isso, que o "voto na diáspora" esteja no foco dos políticos.
Rui Tavares reconhece ainda que "há muitos anos" que Portugal não tem uma eleição "com um ciclo político normal" e isso "introduz frustrações e cansaço", mas defende que isso não deve distrair os eleitores do "bem essencial", que passa desde logo pelo "dever para com o país" e, sobretudo, por um direito que, se não for exercido, "se vai desvalorizando".
"Não se esqueçam de votar", pede.
As eleições legislativas estão a decorrer com normalidade, apenas com algumas queixas relativas a atrasos no início da votação presencial, devido à necessidade de lançar em urna os votos antecipados, disse à Lusa fonte da Comissão Nacional de Eleições.
“Neste momento não temos informação nenhuma de boicotes, está tudo a correr na normalidade. Há pequenos incidentes pontuais, mas normais nas eleições”, afirmou o porta-voz da CNE, André Wemans.
“Temos algumas queixas de eleitores, que têm de esperar pela contagem [dos votos postais], mas a mesa quando faz isso já está aberta”, precisou a mesma fonte.
De acordo com o porta-voz da CNE, a mesa tem de colocar em urna os votos antecipados, quando abre: “Por lei, é das primeiras coisas que tem de fazer, verificar os envelopes que recebeu e a seguir abrir o voto e colocá-lo dentro da urna”.
“Isso em algumas mesas está a fazer com que demore. As pessoas podem ter de esperar e como tivemos aquele recorde de participação em voto antecipado, se calhar em algumas mesas fica mais pesado o arranque”, admitiu.
Adianta igualmente que a sua "confiança nos portugueses é total", mas rejeita responder a questões sobre eventuais coligações pós-eleitorais.
O líder dos liberais vai almoçar com a família, em Braga, e depois segue para Lisboa..
O almirante Gouveia e Melo adianta que "votou em consciência" e apela para que os portugueses se desloquem às urnas.
"O que interessa e é importante é que os portugueses exerçam o seu direito de voto. O dia está bom, está fresco. Por isso, apelo para que os portugueses venham votar", afirma, em declarações aos jornalistas.
Gouveia e Melo rejeita, contudo, comentar o timing do anúncio da sua candidatura à corrida a Belém. "Hoje é um dia fantástico para votar, que é a coisa mais importante", responde.
O secretário-geral da CDU, Paulo Raimundo, é o primeiro líder partidário a votar. Num apelo à participação eleitoral, sublinha que esta é uma "uma conquista da democracia e de Abril". "Não a podemos desperdiçar", diz.
Num discurso aos jornalistas, Paulo Raimundo remete "prognósticos para o fim do jogo", mas afirma esperar que no final da noite haja "mais razões para as pessoas celebrarem e começaram a viver com melhores condições logo na segunda-feira".
Sobre a abstenção, garante que o PCP contribuiu para que a vida das pessoas estivesse presenta na campanha eleitoral.
Os líderes partidários votam durante a manhã deste domingo nas eleições legislativas. O secretário-geral da CDU, Paulo Raimundo, deverá ser o primeiro a exercer o direito ao voto, pelas 09h30, no concelho da Moita, em Lisboa.
Ainda antes das 10h00, vota em Espinho o líder da AD, Luis Montenegro.
Mais de 10 milhões de eleitores são hoje chamados às urnas para eleger os 230 deputados à Assembleia da República na próxima legislatura, e de onde sairá o novo Governo.
As mesas de voto estarão abertas entre as 08h00 e as 19h00 em Portugal Continental e na Madeira, enquanto nos Açores abrem e fecham uma hora mais tarde em relação à hora de Lisboa, devido à diferença horária.
Segundo a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI), podem votar para as eleições legislativas antecipadas de hoje 10,8 milhões de eleitores.
No passado domingo, mais de 314 mil eleitores dos 333.347 inscritos para o voto antecipado já exerceram o seu direito, correspondendo a uma afluência de 94,45%, segundo o balanço enviado à Lusa pela secretaria-geral do Ministério da Administração Interna.
Este número supera o registado nas eleições legislativas de 2024, onde foi registada uma taxa de participação de 93,8% no voto antecipado em mobilidade.
No total, serão eleitos 230 deputados, em 22 círculos eleitorais - 18 dos quais em Portugal continental e os restantes nos Açores, na Madeira, na Europa e Fora da Europa -, num ato eleitoral que terá um custo a rondar os 26,5 milhões de euros.
As mesas de voto para as eleições legislativas antecipadas abriram hoje às 08h00 em Portugal Continental e na Madeira, encerrando às 19h00.
As mesas de voto estarão abertas até às 19h00 em Portugal Continental e na Madeira, enquanto nos Açores abrem e fecham uma hora mais tarde em relação à hora de Lisboa, devido à diferença horária.
Segundo a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI), podem votar para as eleições legislativas antecipadas de hoje 10,8 milhões de eleitores.
No total, serão eleitos 230 deputados, em 22 círculos eleitorais - 18 dos quais em Portugal continental e os restantes nos Açores, na Madeira, na Europa e Fora da Europa -, num ato eleitoral que terá um custo a rondar os 26,5 milhões de euros.
