"Andamos distraídos." Fernando Negrão avisa que está a acontecer uma “radicalização da sociedade portuguesa”
Ouvido pela TSF, o antigo diretor da PJ assume estar "preocupado" com o aparecimento de "novos e graves crimes", para os quais as autoridades não estão preparados
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Fernando Negrão, antigo diretor da Polícia Judiciária (PJ), considera que o país tem andado “distraído” e avisa que está a acontecer uma “radicalização da sociedade portuguesa”. Ouvido esta quarta-feira pela TSF, o também ex-ministro da Justiça do PSD sublinha que não devia ser preciso vir uma entidade europeia avisar para o racismo no país.
"Devemos estar todos preocupados. Andamos distraídos e parece que não está a acontecer nenhuma radicalização na sociedade portuguesa”, afirmou Fernando Negrão, sugerindo que estão “a surgir novos e graves crimes” para os quais “há falta de preparação”.
“Pouco se fala nisto e é preciso, de facto, estarmos preocupados”, insiste.
O antigo diretor da PJ esclarece que, quando fala em “radicalização”, está a referir-se a crimes “de ódio, ligados ao racismo e violência doméstica”.
Enfim, um conjunto de crimes que fogem àquilo que é o padrão normal da criminalidade em Portugal e que ainda não tem resposta por parte das autoridades.
Relativamente ao tralho da PJ, Fernando Negrão deixa alguns elogios, mas defende que é preciso uma atualização das instituições para que acompanhem as “mudanças da sociedade”.
"Todas as nossas instituições, desde os polícias e passando pelo Ministério Público, funcionam ainda como se o crime fosse rigorosamente igual àquela do fim do século XX. Quando o país, nestes 25 anos de século XXI, mudou radicalmente", conclui.
