Capaz de "tirar umas selfies" e "promulgar diplomas", Marcelo sai do hospital e destaca "excelência do SNS"

( Carlos Carneiro )
Carlos Carneiro
Marcelo Rebelo de Sousa, agradeceu ao Hospital de São João, no Porto, o tratamento recebido e enalteceu o Serviço Nacional de Saúde. As declarações do Chefe de Estado foram feitas aos jornalistas no hospital portuense, após ter tido alta clínica
Ao fim de três dias, o Presidente da República deixou o Hospital de São João, onde foi operado a uma hérnia. Antes de regressar ao Palácio de Belém, contou que aproveitou o tempo para reler um livro, "tirar umas selfies" e agradecer a todos os profissionais de saúde daquela instituição.
"Estive a reler um livro que comecei em 2016, a fotobiografia dos meus pais e, depois, a tirar umas selfies."
"Quero agradecer a este hospital. Foi uma intervenção rápida, decisiva e com sucesso. Sinto-me francamente bem", disse Marcelo Rebelo de Sousa, com rasgados elogios ao Serviço Nacional de Saúde: "É uma prova de excelência. Está de parabéns, do ponto de vista do doente e do Presidente da República."
Os portugueses, com todos os problemas que tem o Serviço Nacional de Saúde, e nós sabemos que tem, de facto, devem ao Serviço Nacional de Saúde uma função inestimável. É por isso que se diz muitas vezes que é uma grande conquista da democracia, mas que precisa de ser alimentada e renovada e apoiada permanentemente porque tem sido uma garantia da saúde de milhões de portugueses ao longo destes 50 anos.
Marcelo Rebelo de Sousa foi operado a uma hérnia, uma situação, disse, "congénita e de família" que já o obrigou a outras paragens.
"É de família, é o tropismo para hérnias intestinais. Já o pai tinha e a minha filha tem. E eu, como se sabe, é a quarta hérnia operada e esta inesperadamente", descreveu.
A este propósito, Marcelo Rebelo de Sousa confirmou que adiou a visita a Espanha para fevereiro e ao Vaticano ainda para data a designar, mas mostrou que não pretende parar de trabalhar.
"Daqui até ao termo de mandato temos três meses e uns dias, e pelo meio, os portugueses estão naturalmente muito empenhados na campanha pré-eleitoral, depois na campanha eleitoral, pelo meio a apresentação de candidaturas, mas as instituições continuam a funcionar. Está pendente na Assembleia da República o Orçamento do Estado. Há vários diplomas pendentes, há diplomas pendentes no Tribunal Constitucional, há muito trabalho para o Presidente fazer nos próximos dias", disse.
Acompanhado pela equipa clínica do hospital, liderada pela presidente da ULS, Maria João Baptista, e pelo chefe da Casa Civil do Presidente da República, Fernando Frutuoso de Melo,
Marcelo Rebelo de Sousa prometeu, no entanto, que vai cumprir as indicações médicas e fazer repouso, bem como ter cuidados alimentares e físicos.
"Quando fui da primeira operação, em que me senti à saída um bocadinho mais marcado pela situação, estive um mês e meio, quase dois meses, sem deslocações externas e cancelei muito programa que tinha no começo do ano de 2018. Agora, até o Natal, depois do Natal até o fim do ano, naturalmente é um período de maior repouso", apontou.
Além das referências à sua saúde e agenda, o Presidente da República, que antes de entrar no carro que o levará a Lisboa ainda recebeu um livro e um ramo de flores pelas mãos do vice-presidente da Liga dos Bombeiros, Emanuel Santos, fez referências à jornalista Constança Cunha e Sá e à radialista Olga Cardoso que morreram recentemente.
No Hospital de São João, Marcelo Rebelo de Sousa, 76 anos, recebeu a visita, na terça-feira, do Presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, e do primeiro-ministro, Luís Montenegro, e hoje de manhã do secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, bem como do presidente da Câmara Municipal do Porto, Pedro Duarte (PSD).
Antes de sair, e depois de comer uma refeição ligeira, promulgou alguns diplomas e esteve a conviver com as pessoas do hospital, conforme conferenciou aos jornalistas.
"Estive a ver a atividade da biblioteca e a tirar algumas "selfies"", conferenciou à chegada ao hall do hospital.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, foi admitido na segunda-feira à noite no Hospital de São João, no Porto, depois de se ter sentido indisposto, na sequência de uma paragem de digestão, indicou a Presidência da República.
Marcelo Rebelo de Sousa, 76 anos, presidiu durante a manhã de segunda-feira, na Praça dos Restauradores, em Lisboa, às comemorações de homenagem aos Heróis da Restauração e da Guerra da Aclamação, que celebra o restabelecimento da independência nacional em 1640, e seguiu depois para as cerimónias fúnebres do antigo presidente da Mota-Engil, António Mota, e ter-se-á sentido mal no aeroporto do Porto quando regressava a Lisboa.
Foi sujeito a uma cirurgia na segunda-feira à noite no Hospital de São João a uma hérnia que "corresponde a uma área da parede abdominal que é mais frágil e que permite que uma parte do intestino passe através dos tecidos", comprometendo "a capacidade de irrigar os tecidos", explicou a presidente da ULS São João, Maria João Baptista, no ponto de situação sobre o estado de saúde de Marcelo na segunda-feira à noite.
Notícia atualizada às 13h51
