O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, diz que os três governantes seguiram uma "prática corrente" ao aceitarem as viagens pagas pela GALP. PSD denuncia "governo promíscuo".
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""Estes três secretários de Estado continuam no Governo porque têm a confiança dos seus ministros e têm a confiança do seu primeiro-ministro", afirmou Pedro Nuno Santos a encerrar o debate em que todos os partidos, incluindo a esquerda parlamentar, criticaram os três secretários de Estado que aceitaram viagens pagas pela GALP para assistirem a jogos de Portugal no Euro 2016.
O PSD, pela voz de António Leitão Amaro, considerou que o caso "é apenas mais um ato que revela uma promiscuidade que mancha o governo das esquerdas" e que "potencia a captura do poder político pelo poder económico". "É um governo promiscuo", repetiu o deputado social-democrata.
Já Telmo Correia do CDS optou pela ironia: ao centrar a crítica no secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade.
"Este mesmo secretário de Estado que andou durante o verão a anunciar que queria tributar o sol, queria tributar as vistas ou perseguir os vendedores de bolas de Berlim ou de bolas de gelado não aplica a si próprio o mesmo rigor". E rematou:"Bolas de Berlim, vendedores de bolas, fisco em cima deles, já com a GALP, vamos à bola", ironizou o deputado centrista.
A esquerda parlamentar não poupou críticas ao caso das viagens apesar de considerar que PSD e CDS assumiram, no debate, uma atitude "populista".
João Oliveira do PCP, acusou os dois partidos de utilizarem dois pesos e dias medidas por não terem criticado a contratação da antiga ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, por uma consultora financeira.
"PSD e CDS entendiam que não havia problema nenhum", lembrou o líder parlamentar comunista.
Pedro Filipe Soares, do Bloco de Esquerda, desafiou os partidos a avançarem de forma concreta nos trabalhos da Comissão para a Transparência, considerando insuficiente o código de conduta hoje aprovado em Conselho de Ministros e sublinhado pelo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares.