CIP esperava mais "equidistância" de Cavaco, CGTP lamenta "atentado à democracia"
Nas reações dos parceiros sociais à indigitação de Passos Coelho, a CGTP acusa o Presidente de ter ido contra a vontade dos eleitores portugueses. Pelos patrões, António Saraiva, admite uma surpresa: "pensei que o Presidente se fosse manter um pouco mais equidistante"
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"O Presidente da República (PR) não devia tomar partido, mas tomou, a favor dos partidos que têm estado no Governo", disse Arménio Carlos à agência Lusa. Para a CGTP, "a declaração do PR é um atentado à democracia e à vontade dos eleitores".
À TSF, o líder da Intersindical lamentou que Cavaco Silva não tivesse tido em conta "a expressão do voto da maioria do povo português que foi inequívoco ao retirar a maioria absoluta ao PSD/CDS" nas eleições de 04 de outubro passado.
O sindicalista considerou ainda que o PR, com os argumentos que apresentou para justificar a sua decisão, "procurou espalhar o terror e discriminou os restantes partidos".
Arménio Carlos manifestou esperança de que os partidos de esquerda sejam coerentes e rejeitem o programa de Governo da coligação PSD/CDS-PP.
Já António Saraiva, da CIP - Confederação Empresarial de Portugal afirma que a indigitação de Pedro Passos Coelho corresponde "aquilo que já se esperava". O presidente da CIP admite, no entanto, que "talvez seja um pouco mais inesperado, o permitir-se o comentário que foi feito apelando a que as alternativas sejam um pouco mais consistentes e talvez [essa] tenha sido a novidade da comunicação. Pensei que o Presidente da República se fosse manter um pouco mais equidistante".
Num tom não muito diferente, João Vieira Lopes, da CCP - Confederação do Comercio e Serviços, destaca o tom crispado de Cavaco Silva coisa que para João Vieira Lopes "seria desnecessário".