Assunção Cristas critica o silêncio de António Costa no debate Orçamental. "Um primeiro-ministro que se furta ao debate pode viver da habilidade e do esquema, mas será sempre de fraca estatura."
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Como já ocorreu noutros debates de Orçamento de Estado, o primeiro-ministro, António Costa, só deverá intervir na sessão final do debate do Orçamento do Estado, a 29 de novembro - quando decorre a votação final global do documento -, mas, para a líder do CDS-PP, essa é uma decisão que traduz "um sinal de cobardia política".
"Um primeiro-ministro que falha o debate mais importante de todo o ano parlamentar é um primeiro-ministro que falha no centro da sua ação. Se não está à altura de apresentar e debater o Orçamento do Estado, então não está à altura das funções de primeiro-ministro", disse Assunção Cristas.
A presidente do CDS-PP citou indiretamente a expressão utilizada no recente livro de Cavaco Silva , 'Quinta-feira e Outros Dias', para dizer que "um primeiro-ministro que se furta ao debate pode viver da habilidade e do esquema, mas será sempre de fraca estatura".
"Um primeiro-ministro que se esconde atrás do seu Ministro das Finanças, confirma um padrão, não dá a cara quando alguma coisa lhe corre mal", insistiu a deputada e líder do CDS-PP.
Durante o debate, na Assembleia da República, a presidente dos centristas referiu-se ainda ao casos de Tancos para questionar se António Costa sobre se "sabia do encobrimento de Tancos", lembrando ainda a escolha frustrada do deputado socialista Carlos Pereira para a administração da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE).
Na bancada do Governo, coube a Mário Centeno responder à líder do CDS, embora António Costa fosse pontuando a intervenção do Ministro das Finanças. Centeno lembrou que as propostas de alteração, apresentadas pelo CDS, ao orçamento no ano passado custariam "cerca de 1.400 milhões de euros" e desafiou Assunção Cristas a dizer como financiaria "o guião eleitoralista" do CDS, se seria com aumento dos impostos ou com um aumento do endividamento.