Ministro dos Assuntos Parlamentares garante que "não há delegações" a negociar um compromisso de governo, mas adianta que partidos da coligação estão "prontos a conversar" com os socialistas. Costa Neves diz ter "dúvidas" do acordo à esquerda.
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"Contactos há, há sempre; passar opiniões, passamos sempre; reafirmar que estamos prontos a conversar acontece sempre", disse o ministro dos Assuntos Parlamentares, referindo-se à disponibilidade da coligação para alcançar um compromisso com o partido socialista.
Carlos Costa Neves esteve esta tarde reunido, no parlamento, com os vários grupos parlamentares.
Questionado pelos jornalistas sobre se o encontro com a bancada socialista tinha servido para aprofundar o diálogo entre as duas partes, Carlos Costa Neves deixou, no entanto, uma garantia: "Não estão formadas delegações nem estão abertas negociações formais entre o PSD, a coligação, o governo e o Partido Socialista".
O ministro dos Assuntos Parlamentares sublinha ter "muitas dúvidas" em relação ao entendimento à esquerda, entre PS, PCP, BE e PEV, salientando que, no seu entender, o "projeto político e os programas eleitorais" de PS e da coligação estão "muito mais próximos" entre si do que o programa socialista e o dos restantes partidos da esquerda.
No final das reuniões, na Assembleia da República, Costa Neves defendeu que a "legitimidade" para governar pertence à coligação PSD/CDS-PP, sublinhando que conta continuar a exercer as funções de ministro mesmo depois da discussão do programa de governo ter lugar no parlamento.
"Qualquer outro governo, que não este, não tem legitimidade. Um Governo que mistura dentro de si forças anti-europeias, anti-NATO, anti-atlantistas, que fizeram manifestações contra a NATO, que votaram contra opções importantes ao nível do euro, não vai ao encontro daquilo que são os compromissos de Portugal e o voto dos portugueses, maioritariamente em forças políticas comprometidas com o projeto europeu e o euro", concluiu.