A coordenadora do Bloco de Esquerda questionou este sábado, em Leiria, se os interesses da NATO se terão sobreposto aos interesses nacionais, o que terá "fragilizado" as funções da Defesa.
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"É preciso perguntar se não temos posto à frente dos interesses do país para a lógica da Defesa os interesses da NATO e com isso fragilizar as nossas funções essenciais. Estas são perguntas difíceis a que a direita não quer responder", afirmou Catarina Martins, à margem do Fórum da Floresta "Que políticas públicas?, que decorreu hoje na Escola Superior de Tecnologia e Gestão, do Instituto Politécnico de Leiria.
A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) entende que é necessário antes de mais "compreender o que aconteceu" no assalto aos dois paiolins dos Paióis Nacionais de Tancos e "assacar as responsabilidades de quem as teve no que sucedeu", assim como as "consequências políticas no sentido de discutir politicamente as nossas opções para as Forças Armadas e o seu próprio funcionamento".
"O Bloco tem dito que demissões sem resposta é a pior das respostas, porque pode significar que fica tudo na mesma. Sei que a direita tem tido um discurso de que resolve tudo pedindo rapidamente demissões, mas há opções políticas que têm vindo a ser tomadas ao longo dos anos e que devem ser mudadas", segundo Catarina Martins.
A coordenadora do BE precisou que "demissões sem se discutir a política, sem se discutir as razões por que estas coisas acontecem, não têm nenhum sentido", pois não dão as respostas necessárias.
Segundo Catarina Martins, "vir a correr pedir demissões sem querer saber o que aconteceu e sem debater a política que há para a Defesa num país que gasta mais em percentagem do PIB [Produto Interno Bruto] na Defesa do que a Alemanha e não tem dinheiro para arranjar uma videovigilância e uma vedação não é seguramente o que faz o bom trabalho ao país".
"O que nós queremos não é demitir alguém e ficar com a consciência sossegada. O que queremos é ter as respostas todas e retirar as consequências políticas, ou seja mudar o que está mal para que não se repita", sublinhou.