Na cerimónia de posse do XX Governo, o primeiro-ministro Passos Coelho manifestou-se contra "ambições políticas pessoais" que põem bem-estar dos portugueses em risco e assumiu a responsabilidade de fomentar o diálogo.
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O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, defendeu esta sexta-feira que Portugal está numa trajetória de crescimento da economia e do emprego, atrai investimento e recuperou a confiança, e advertiu que "desvios precipitados poderiam deitar tudo a perder".
"Num contexto em que a incerteza tem um custo tão elevado, em que a confiança rapidamente se destrói e em que a competitividade facilmente se evapora, os desvios precipitados poderiam deitar tudo a perder. E seriam mais uma vez os portugueses, os mais desprotegidos e mais vulneráveis, seria uma vez mais a classe média a pagar o preço, como foi pago no passado. E isso, eu, enquanto primeiro-ministro, não permitirei que volte a acontecer", declarou Passos Coelho, na cerimónia de posse do XX Governo, no Palácio da Ajuda, em Lisboa.
Pedro Passos Coelho prometeu que o novo Governo PSD/CDS-PP terá um "sentido de compromisso e da negociação renovado e fortalecido", atendendo à conjuntura parlamentar, e apelou à cooperação de todas as forças políticas, cívicas, sociais e económicas.
Passos Coelho dedicou o início do seu discurso à governação dos últimos quatro anos, considerando que o anterior executivo PSD/CDS-PP tinha como missão "salvar o país de um desastre económico e social de proporções inimagináveis", e "não falhou", e que soube praticar "o diálogo e o compromisso", mesmo em tempos difíceis.
"Esse sentido do compromisso e da negociação será agora renovado e fortalecido, e o meu apelo ao espírito de cooperação e de construção de entendimentos estende-se a todas as forças políticas, sociais, económicas e cívicas. A conjuntura parlamentar, em que a maioria que suporta o governo é relativa, e não absoluta, apenas reforça essa necessidade. Mas ela é ditada, no princípio e no fim, pelos desafios que o país tem pela frente", acrescentou.
Pedro Passos Coelho afirmou também que "ninguém deve arriscar o bem-estar dos portugueses em nome de uma agenda ideológica ou de ambições políticas pessoais ou partidárias", a propósito do cumprimento das obrigações internacionais de Portugal e das regras da União Europeia e da zona euro.
"Esta é uma condição absolutamente indispensável para assegurar o nosso futuro comum com estabilidade e previsibilidade, com mais emprego e mais justiça social. Não há ilusão política que possa disfarçar este imperativo, e ninguém deve arriscar o bem-estar dos portugueses em nome de uma agenda ideológica ou de ambições políticas pessoais ou partidárias", declarou.
O primeiro-ministro elegeu o combate às desigualdades sociais e a nova fase de modernização administrativa como prioridades do XX Governo.