Marco António Costa, na entrevista TSF/DN, diz que, no primeiro mês de liderança, o novo presidente do PSD não conseguiu romper o cerco de polémicas instaladas no partido e na sua própria direção. Rio terá de "encontrar uma via para comunicar com os portugueses".
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Foi, durante muitos anos, considerado o homem da máquina, ajudou vários líderes do PSD, foi autarca, deputado e secretário de estado dos governos de Passos Coelho. Aos 50 anos está hoje mais longe dos holofotes da política, mas continua no Parlamento e no partido de sempre. Advogado de profissão, é o presidente da Comissão de Defesa Nacional da Assembleia da República e o convidado desta semana da entrevista TSF/DN.
Avaliação pouco positiva do mandato de Rui Rio
Faço uma avaliação pouco positiva. Julgo que todas as pessoas que são suficientemente observadoras percebem que eu faço esta avaliação com objetividade, na justa medida em que ainda não conseguiu verdadeiramente romper um certo cerco que está instalado a polémicas em que a sua direção política, o próprio partido, tem estado - justa ou injustamente, não é essa a questão - envolvida. Portanto, o Dr. Rui Rio precisará, necessariamente, com o tempo de encontrar um caminho, uma via, para poder comunicar com os portugueses sobre o seu pensamento, a sua estratégia e, com isso, trazer o partido para o nível de afirmação na sociedade portuguesa que seja encaminhador de uma vitória do PSD em 2019.
Quando escolheu Elina Fraga, Rio sabia que não era uma escolha pacifica
Eu não gosto de especular sobre isso, acima de tudo gosto de constatar as circunstâncias. Julgo que há objetivamente questões que a imprensa tem levantado que decorrem de temas antigos com alguns elementos da direção, nomeadamente com a ex-bastonária da Ordem dos Advogados, Drª Elina Fraga, que foi uma personagem que assumiu um papel de combate muito intenso contra os governos do PSD e, portanto, seguramente que o Dr. Rui Rio quando fez a escolha tinha noção de que não seria uma escolha pacífica. Agora, mais do que quem ou porquê é a circunstância de existir e para isso é que os órgãos políticos dos partidos existem, para terem a capacidade de ultrapassar as dificuldades e encontrar um caminho de afirmação, foi isso que fizemos no passado.
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O que se exige ao PSD?
Que seja capaz. Nós temos de colocar uma meta de sucesso a este Governo - o Governo do Partido Socialista que tomou o poder de forma pouco ortodoxa e que quis governar -, temos de lhe exigir resultados mais ambiciosos. O que é que nós temos? Temos um Partido Socialista acomodado no poder.
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O Dr. Rui Rio não devia andar já no terreno?
O Dr. Rui Rio está a tentar organizar a casa de acordo com a visão dele para depois ir para o terreno. Eu julgo que até ao verão, necessariamente, o PSD apresentará iniciativas e tomará posições que possam de alguma forma recolocá-lo no centro do debate político.
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