Como presidente da Comissão de Defesa, Marco António Costa confrontou-se com o caso de Tancos. Na entrevista TSF/DN, o deputado diz que os relatórios sobre o caso não o esclareceram sobre o que de facto aconteceu.
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Relatórios sobre Tancos não são esclarecedores
Não. Não serão, mas também julgo que não tinham esse objetivo por duas razões: primeiro porque este último relatório não é propriamente um relatório, é um índice de documentos administrativos sobre os factos que ocorreram, com algumas notas explicativas; nesse sentido não deixa de ser um bom arquivo administrativo, mas que está incompleto. Há documentos - e lá isso também é assumido, é um relatório bastante honesto sob o ponto de vista da factualidade - confidenciais que não podem ser ali expostos, há matérias de segurança de Estado que estão acima de qualquer outra cogitação, qualquer outro debate. Algumas dessas matérias ajudariam a perceber algumas questões, mas esse é um assunto em que os portugueses terão de confiar em quem atribuíram o mandato de deputado para fiscalizar, que conheceram os documentos, que avaliaram os documentos e que saberão agora, também de uma forma recatada e bastante construtiva, procurar com o Governo soluções para os problemas que nós enfrentamos.
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País convive de forma natural com falha de segurança interna
Gostava de dizer que aquilo que mais me preocupa e mais me choca é a circunstância de convivermos com naturalidade com uma falha inacreditável do nosso sistema de segurança interna. O furto foi descoberto dia 28, a senhora secretária-geral do sistema de segurança interna, a tal que coordena a unidade antiterrorista, não a unidade operacional, mas as entidades que fornecem os meios para combater o terrorismo, só soube no dia 29 pela comunicação social. Julgo que toda a gente que sabia, desde o Governo que tem responsabilidades nisso, à polícia judiciária militar, através das chefias militares, à própria Procuradoria-Geral da República.
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Montepio e Santa Casa? O Governo esconde-se atrás da Santa Casa?
A aparência disto tudo é a de que o Governo, nas questões difíceis, não assume as suas decisões, esconde-se atrás dos outros. Neste caso escondeu-se atrás da Santa Casa da Misericórdia e do seu provedor; o que não deixa de ser algo bastante estranho para quem está empenhado em querer ter uma missão de apoio, de incentivo, ao desenvolvimento de um banco da economia social.
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António Costa, PCP e BE
O Dr. António Costa vai abrir a porta do carro e despejar na primeira curva o Bloco de Esquerda e o PCP quando não precisar deles e quer com esta narrativa sonsa aparecer aos olhos dos portugueses como um político moderado quando, verdadeiramente, durante dois anos fez as suas opções completamente radicalizadas, com base numa atitude de total indisponibilidade para o diálogo político com o PSD.
2018/03/tsfdn15_costa_vai_despejar_pcp_e_be_na_primeira_curva_20180324232234