A menos de um mês das eleições legislativas, Freitas do Amaral anuncia o voto no PS. Num artigo que vai ser publicado na quinta-feira na revista Visão, acusa Passos Coelho de ser "neoautoritário" e de ter "desprezado" o CDS.
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Freitas do Amaral cita Churchill para dizer que "às vezes é necessário mudar de voto ou de partido, para não ter de mudar de princípios". Escreve que "nunca "pertenceu nem tenciona pertencer ao PS mas tem pelo partido "mais simpatia" do que pelo atual PSD.
O fundador do CDS e antigo ministro do PS tenta contrariar a tese de Passos Coelho segundo a qual o regresso do PS ao poder significará um recuo ao "desgoverno de 2011" e considera que o principal defeito do atual primeiro-ministro (PM) é " manipular os números", e fugir à verdade "através de omissões e meias verdades".
As críticas a Passos Coelho ocupam grande parte do texto. Onde acusa o PM de ter um "estilo neoautoritário" no controlo da comunicação social e de ser "antidemocrático " nas acusações feitas ao Tribunal Constitucional.
Freitas começa por reconhecer que o governo conseguiu "alguns resultados económicos positivos" mas contesta o preço desse feito. cortes salariais, falência de empresas e aumento de desemprego e regista que ficaram por cumprir as metas iniciais.
A propósito da estabilidade governativa apregoada por Passos Coelho, Freitas do Amaral lembra que em três anos, perdeu Victor Gaspar, Miguel Relvas, Álvaro Santos Pereira e Miguel Macedo,
O fundador do CDS considera que foi "pouco edificante" ver o desprezo público de Passos Coelho pelo CDS até ter concluído que ia precisar outra vez do partido de Paulo Portas- Aí escreve Freitas a "arrogância e humilhações" foram transformadas em "sorrisos e palmadinhas nas costas" . "Que baixeza!" - exclama Freitas.
Em contraponto , o antigo ministro do governo Sócrates diz que "sem esperar milagres", acredita que o PS liderado por António Costa - que classifica de "experiente, sério e democrata" pode representar a alternativa à austeridade.
Quase a fechar o artigo de opinião, Freitas do Amaral escreve que "se houvesse uma verdadeira AD", como a de 1980, "não seria com certeza necessário que tantos sociais-democratas e democratas cristãos (como ele) tivessem de votar nos socialistas".