Os líderes dos dois partidos à esquerda dirigem fortes críticas à ida de José Manuel Durão Barroso para a Goldman Sachs.
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O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou que a nomeação de Durão Barroso para o Goldman Sachs é "mais um exemplo da União Europeia dos dias de hoje", referindo que demonstra que o objetivo tem sido "servir o grande capital".
"É mais um exemplo da União Europeia que temos hoje, neste corrupio em que um grande grupo económico envia quadros para a União Europeia e a União Europeia depois devolve quadros para esse grupo económico. Sem pretender fulanizar, é demonstrativo que esta União Europeia serve o grande capital e que os dirigentes colocados nas instituições têm esse objetivo", disse o líder do PCP, durante uma visita às festas da Baixa da Banheira, na Moita.
Também a coordenadora do BE, Catarina Martins, considerou hoje que a ida do ex-presidente da Comissão Europeia Durão Barroso para a Goldman Sachs "envergonha o país", mas não é nenhuma surpresa, para quem conhece a natureza da governação europeia.
"A governação económica europeia tem sido feita em nome do sistema financeiro e julgo que, de facto, a ida de Durão Barroso para a Goldman Sachs envergonha o país, não envergonha mais do que a cimeira das Lajes e, muito sinceramente, não é nenhuma surpresa para quem conhece a natureza do que tem sido a governação europeia", criticou.
Segundo a líder bloquista, o "banco de investimento agressivo e que é conhecido em todo o mundo pela falta de ética" está envolvido, "entre outros escândalos, na falsificação das contas da Grécia, que levaram ao primeiro programa de resgate e [conduziram] a Grécia para a situação complicada em que está".
"Se alguém tinha alguma dúvida de que a governação europeia é uma governação feita ao sabor dos interesses financeiros, o facto de o ex-presidente da Comissão Europeia ir trabalhar para o banco que esteve no centro da crise financeira que nos trouxe à crise que estamos a viver hoje, retira todas essas dúvidas", observou.