"Manifestações inaceitáveis de ódio." Comunidade Israelita de Lisboa critica "inação" contra antissemitismo

Foto: Jeremy Piper/EPA
Para a direção da instituição, "a inação para contrariar estes fenómenos leva inexoravelmente à violência contra judeus"
A Comunidade Israelita de Lisboa (CIL) considera que a falta de ação contra o antissemitismo e antissionismo conduz "inexoravelmente à violência contra judeus", como o que sucedeu este domingo na praia australiana de Bondi.
"A direção da CIL manifesta o seu pesar pelas vítimas deste trágico acontecimento em Bondi Beach, na Austrália" e a "distância geográfica não diminui o sentimento de solidariedade nesta hora difícil", refere a instituição, num comunicado publicado nas redes sociais.
"Antissionismo e antissemitismo são manifestações inaceitáveis de intolerância e de ódio que convocam a um combate urgente e empenhado ao nível global", considera a CIL.
Para a direção da instituição, "a inação para contrariar estes fenómenos leva inexoravelmente à violência contra judeus".
O ataque deste domingo numa celebração na véspera da festa judaica do Hanukkah (Chanuká, em português, também conhecida como "festa das luzes") causou 12 mortos, entre os quais um dos dois atacantes, e três dezenas de feridos.
Na próxima quinta-feira, a CIL vai acender a quinta vela do Hanukkah pelas 19:00, no alto do Parque Eduardo VII, uma cerimónia que já se realiza há 15 anos em espaços públicos em Lisboa.
"Chanuká, do hebraico "re-dedicação" ou "re-inauguração", consiste na celebração da esperança e determinação, da habilidade de uma pequena nação para vencer um grande inimigo, do triunfo da liberdade sobre a tirania e da luz sobre a escuridão", refere a CIL, no comunicado sobre o evento.
Na nota, segundo o presidente da CIL, o objetivo é "celebrar a luz e a esperança, acreditar num futuro melhor e lutar pela promoção de valores humanistas assentes na justiça, na tolerância e na paz".
A celebração visa neste gesto atingir "uma dimensão que nos aproxima e que vai muito para além da dimensão confessional e religiosa", para que se possa "testemunhar uma luz abundante de esperança que se acende de Lisboa para Portugal e que, de Portugal, se fará sentir no mundo", referiu David Botelho.
O Governo português condenou este domingo veementemente o ataque, considerando-o "um ato hediondo de antissemitismo", segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Na nota, o executivo expressa "sentidas condolências às famílias das vítimas, ao povo e autoridades australianas, bem como a toda a comunidade judaica".
Dois atacantes dispararam este domingo contra uma multidão h na praia de Bondi, em Sydney, no que a polícia australiana descreveu como um "ato terrorista" contra a comunidade judaica.
Pelo menos 12 pessoas foram mortas, incluindo um dos dois atacantes, e quase três dezenas de feridos foram transportados para os hospitais da zona.
