Presidente da República aplaudiu empenho de procuradora-geral da República mas lembra: "as instituições ficam, as pessoas passam".
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Marcelo Rebelo de Sousa elogiou o "empenho e humilde sentido do bem comum" de Joana Marques Vidal durante o mandato à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR).
O trabalho da ainda procuradora-geral da República pautou-se pelo "empenho de uma carreira e nela de uma missão particularmente relevante nos últimos anos", defendeu.
No seu discurso na sessão de encerramento da Conferência Internacional "Combate à Corrupção: Perspetivas de Futuro", na Torre do Tombo em Lisboa, Marcelo agradeceu a Joana Marques Vidal a "inteligente e determinada devoção a um repto que sendo institucional foi, e é, acima de tudo, nacional".
"Não há democracia forte sem um rigoroso combate à corrupção", destacou ainda. "Um combate que a todos deve chegar, a começar pelos mais poderosos no poder económico, no poder político, no poder cultural, no poder desportivo. A todos sem exceção."
Marcelo não deixou de notar a "diferença sempre explicitada entre as instituições que ficam e as pessoas que passam". Essa é, disse, dirigindo-se a Joana Marques Vidal, "a riqueza da democracia: Nós, seus servidores, tudo devemos fazer para valorizar, prestigiar, fortalecer, credibilizar as instituições."
"Somos passageiros titulares de cargos de funções que recebemos de outros e a outros transmitindo, assim permitindo a renovação nas ideias, nos estilos, nas iniciativas, ainda que devam permanecer os valores, os princípios e as prioridades institucionalizadas."
Nas primeiras declarações públicas depois de saber que não ia ser reconduzida , Joana Marques Vidal negou que lhe tenha sido feito o convite para ficar e disse que o processo de nomeação revela "o funcionamento normal das instituições".
Com mais de 35 anos de experiência no Ministério Público, Lucília Gago substitui Joana Marques Vidal que em outubro termina o seu mandato de seis anos, iniciado em 2012.