Dois conselheiros de Estado revelam na TSF as expectativas que têm em relação ao mandato do novo Presidente da República. Conheça a opinião de Bagão Félix e de Francisco Louçã.
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Bagão Félix acredita que o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa vai "ser o catalisador da esperança" e será o que sempre foi. Francisco Louça prevê que o novo chefe de Estado deixará de ser aquele que "ia às festas de um partido político ou o que apresenta livros".
O antigo governante Bagão Félix não quer fazer futurologia mas "pelo que conhece de Marcelo Rebelo de Sousa" arrisca na previsão.
O conselheiro de Estado não tem dúvidas de que Portugal vai ter "um Presidente da República diferente" com uma relação muito próxima com as pessoas e "acessível no seu contacto pessoal", o que "humaniza o exercício do cargo".
Bagão Félix lembra que "os portugueses por vezes sentem-se um pouco distantes, quase órfãos relativamente às principais autoridades políticas", e "um comunicador, tal como Marcelo, é aquele que permite ver coisas complexas, com expressões relativamente simples, o que ajuda as pessoas a terem consciência dos problemas do país".
Neste sentido, Bagão considera que "Marcelo Rebelo de Sousa pode ser um catalisador da esperança", algo de que o país precisa.
Que personalidade em Belém?
Mais cauteloso nas considerações sobre o novo presidente é Francisco Louçã. O conselheiro de Estado defende que Marcelo será outro quando assumir o cargo "porque o mandato do Presidente da República dificilmente pode ter o registo que tinha o comentador interventivo, não pode ir às festas de um partido político ou apresentar livros".
Por esta razão, adianta Louçã, "veremos um Marcelo muito diferente daquele que conhecíamos do domingo à noite."
O antigo líder do Bloco de Esquerda está convicto de que o chefe de Estado "não tem condições institucionais para ter a exuberância comunicativa que Marcelo Rebelo de Sousa tinha".
"Ele não terá um programa numa grande televisão no domingo à noite", sublinha. Segundo Louçã, o novo chefe de Estado "não pode ser o comentador, o analista, o provocador das palavras, esse Marcelo terminou, já não o conheceremos".
A dúvida do também professor universitário é saber que personalidade irá encarnar Marcelo em Belém. "Pouca gente poderá responder a isso, nem sei se o próprio Marcelo Rebelo de Sousa poderá responder a isso", concluiu Francisco Louçã.