"Marcelo internado é igual ao da vida normal. Tira selfies com outros doentes e já anda a deambular pelos corredores"

Marcelo Rebelo de Sousa
Rita Chantre/Global Imagens (arquivo)
O médico-cirurgião Eduardo Barroso não está na agenda de visitas ao Presidente da República, mas não é por isso que está menos atento à situação de alguém que considera um irmão. Na TSF, Eduardo Barroso revela o que vai dizer quando falar com Marcelo Rebelo de Sousa ao telefone e recorda alguns momentos de quando o operou: "Devo dizer que Marcelo como Presidente internado foi igual ao Marcelo da vida normal. Ele já tirava selfies com os outros doentes."
O cirurgião Eduardo Barroso relatou à TSF os momentos que antecederam a intervenção de urgência ao Presidente da República há sete anos, descrevendo uma operação "inevitável" e um pós-operatório marcado pelo bom humor característico de Marcelo Rebelo de Sousa.
Segundo o médico, tudo começou com um telefonema: "Eduardo, temos aqui um problema!", eu desloquei-me a Belém para o ver e constatei a necessidade da intervenção urgente. Uma hora e meia depois já estava a ser operado."
"Eu vi-o, fiz os diagnósticos e expliquei-lhe "Marcelinho, isto não vai lá sem uma operação de urgência. Temos aqui um sarilho."
Questionado sobre se o Presidente se descuidou com a própria saúde, o cirurgião respondeu que houve "uma má informação": "Ele nunca me disse da hérnia umbilical. Caramba, devo ter jantado e almoçado com eles anos e anos (...) e nunca me referiu isso. Se me tivesse dito, eu tinha dito: 'Olha lá, vamos tratar disso para evitar um sarilho de futuro.'"
No dia seguinte à cirurgia, Marcelo já fazia visitas dentro do hospital "foi um êxito fantástico. Devo dizer que foi o Marcelo como Presidente internado foi igual ao Marcelo da vida normal. Ele já tirava selfies com os outros doentes. Foi engraçadíssimo", recordou Barroso.
A alta médica chegou ao quarto dia. "Pressionou-me para sair mais cedo, claro, como todos os doentes", contou. Em casa, o Presidente retomou rapidamente a rotina. "Estava ativíssimo: subir escadas, descer escadas, fazer a vida normal. Percebi logo que estava em condições de regressar a Belém."
Sobre a operação desta segunda-feira, Eduardo Barroso revelou: "Ele não é hipocondríaco. Acho que podia ter ido para casa hoje. Ele já está ali nos corredores, é engraçado. (...) Tenho notícias que já está a deambular."
Quando falarem ao telefone vai perguntar-lhe: "Quando é que vens cá jantar? Agora já estás mais livre, podes cá vir jantar a casa? (...) Eu acho que ele vai para Belém cedo."
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, foi admitido na segunda-feira à noite no Hospital de São João, no Porto, depois de se ter sentido indisposto, na sequência de uma paragem de digestão, indicou a Presidência da República.
Na página oficial na Internet, a Presidência da República explicou que o chefe de Estado sentiu-se indisposto "quando regressava de Amarante, das exéquias do Engenheiro António Mota", em Amarante.
Marcelo Rebelo de Sousa, 76 anos, presidiu durante a manhã de segunda-feira, na Praça dos Restauradores, em Lisboa, às comemorações de homenagem aos Heróis da Restauração e da Guerra da Aclamação, que celebra o restabelecimento da independência nacional em 1640, e seguiu depois para as cerimónias fúnebres do antigo presidente da Mota-Engil, António Mota.
