Montenegro admite que o novo partido de Santana Lopes pode causar mossa ao PSD
O Aliança pode roubar eleitorado a qualquer partido, admitem Luís Montenegro e Carlos César no programa da TSF "Almoços Grátis".
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Luís Montenegro admite que Pedro Santana Lopes, que formalizou esta quarta-feira um novo partido, possa tirar votos ao PSD.
Questionado no programa "Almoços Grátis" sobre se o Aliança pode "causar mossa" ao seu partido, o social-democrata não excluí nenhum cenário.
"Sendo um ex-líder do PSD, porventura tendo a seu lado algumas pessoas que possam já ter tido algum cargo ou participação dentro do PSD, poderá haver essa confusão inicial."
O novo partido de Santana Lopes terá como prioridade cativar os abstencionistas, considera Montenegro, mas nem todos votam sempre no mesmo partido, "as pessoas não estão compartimentadas".
"Há pessoas que privilegiam as lideranças, outras as opções políticas", ou as expectativas face ao futuro tendo em conta ao desempenho do partido no passado. "Se militasse noutro partido que não o PSD (...) não estaria tão seguro de que um outro partido não tivesse capacidade para absorver algum do seu eleitorado."
Ainda é prematuro traçar o futuro do Aliança, nota. "Até pode haver um movimento de rejeição" motivado pela ideia de que Santana Lopes virou as costas ao PSD. "Só havendo problemas no PSD é que pode justificar que um ex-líder tenha saído. É tão evidente que é inútil repeti-lo."
Uma coisa é certa, destaca: o Aliança "está longe de ser considerado um partido unipessoal". É esperar para ver quem se posiciona ao lado de Santana.
Para Carlos César, a estreia de um novo partido no boletim de voto resulta de "uma radicalização à direita do CDS e do atual contexto de indefinição do PSD".
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"Não sabemos como é que ele é conduzido, se pela faixa da direita, pela faixa da esquerda ou em contramão", ironiza.
Quanto aos potenciais eleitores, o socialista admite que há "um setor do PSD aqui atingido".
"Os mais conservadores pensão que o Aliança será uma alternativa", mas até a esquerda pode perder votos para o ex-líder do PSD.
"Por milagre um comunista pode entender que Santana Lopes tem razão e lhe deve confiar o seu voto."
O próprio Pedro Santana Lopes é perentório: "A Aliança não nasce para um dígito, a Aliança nasce para disputar um lugar entre os maiores partidos portugueses" , disse esta manhã em declarações no Fórum TSF.
Aquela que é a 23.ª formação política portuguesa inicia esta quarta-feira o processo de formalização com a entrega de assinaturas no Tribunal Constitucional. Assume-se como um partido "personalista, liberalista e solidário".
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Com Anselmo Crespo e Nuno Domingues