Após confirmada a saída do Procedimento por Défice Excessivo, o presidente da República defende que "o trabalho continua" e agradece aos portugueses. Sobre subida dos ''ratings' é "esperar para ver".
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"Em primeiro lugar, agradecer aos portugueses estes cinco anos e meio. Em segundo lugar, é dizer que o trabalho continua", disse Marcelo Rebelo de Sousa, esta tarde, em Lisboa, depois de confirmada a saída de Portugal do Procedimento por Défice Excessivo (PDE).
Segundo o presidente da República, o trabalho prossegue agora com o "pagamento antecipado de dívida ao Fundo Monetário Internacional", com a "criação de riqueza, o controlo do défice e, portanto, com a redução progressiva da dívida", defendendo ainda que é preciso continuar o caminho do "crescimento económico, significando mais emprego, mais justiça social e melhores condições de vida nos próximos anos".
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Em declarações aos jornalistas, em Lisboa, na Abraço, a propósito do 25.º aniversário da associação, o chefe de Estado, sublinhou que é preciso pensar "nas portuguesas e portugueses de carne e osso", mas, quanto à possibilidade de um Orçamento do Estado "diferente" para o próximo ano, Marcelo respondeu com "sim" e "não".
"Sim, na medida em que, mesta fase o Orçamento, nas suas linhas gerais já está muito avançado e é compreensível que haja o cumprimento de promessas governativas e, até, de entendimentos existentes na maioria parlamentar de apoio", disse, adiantando que tal pode significar "desafogo fiscal e algumas vantagens sociais para um número considerável de portugueses".
Quanto às reservas, o presidente da República salientou que têm que ver com o receio de que se faça "aquilo que muitas vezes é um erro nacional" que é "adormecer à sombra da bananeira e considerar que está adquirido o que demorou cinco anos e meio a obter ".
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Na reação à saída oficial do PDE, o presidente da República defendeu ainda que o atual cenário deve levar também a um "equiíbrio" em relação ao investimento feito pelo país, lembrando que "algum investimento haverá" através dos fundos europeus, mas que "não se pode passar do oito ao 80" sob pena de se "comprometer o trabalho dos portugueses".
Melhoria do 'rating' da dívida? "Vamos ver", diz Marcelo
No final da visita, Marcelo Rebelo de Sousa foi ainda questionado sobre um eventual sinal positivo das agências de 'rating', com uma melhoria do 'rating' da dívida portuguesa, com o presidente a afirmar que "é preciso esperar para ver" se as boas notícias irão ocorrer "dentro de horas ou dentro de semanas".
"Vamos ver. Uma coisa é aquilo que nós achamos normal e desejamos, outra coisa é aquilo que vamos esperar para ver se já pode ocorrer dentro de horas, ou ocorrerá dentro de semanas", afirmou, acrescentando que "não vale a pena estar a formular juízos antes de ver a decisão das agências".