O PSD assegura que o prolongamento dos cortes dos salários da Função Pública e da sobretaxa de IRS não significa mais austeridade. Luis Montenegro comentou também as previsões de Bruxelas lembrando que a incerteza política pode comprometer "recuperação" de Portugal.
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O PSD rejeitou esta quinta-feira a ideia de que o prolongamento dos cortes dos salários da Função Pública e da sobretaxa de IRS sejam sinónimo de mais austeridade.
Luís Montenegro, reeleito líder da bancada parlamentar do PSD, considera que as medidas, a serem aprovadas no Conselho de Ministros desta quinta-feira, servem apenas para dar garantias do cumprimento das metas orçamentais.
"Estamos a falar de medidas orçamentais que se devem prolongar no tempo com menor intensidade. São medidas que devem entrar em vigor a 01 de janeiro para que o país possa ter uma expetativa de cumprimento das metas orçamentais e a Comissão Europeia, quando falar daqui a três meses, possa continuar a ter confiança em Portugal", salientou o presidente do Grupo Parlamentar do PSD.
Luís Montenegro rejeita as acusações de falta de legitimidade do Governo para tomar este tipo de medidas e lembra que o parlamento está na plenitude de funções.
Questionado pelos jornalistas sobre as previsões de Bruxelas, Luís Montenegro considera que os dados provam que a coligação PSD/CDS está certa quando diz que Portugal está no bom caminho e que só a instabilidade política ameaça os resultados conseguidos pelos portugueses.
"Isto não é campanha eleitoral. A campanha eleitoral já acabou. Portugal está mesmo num caminho de recuperação e de equilíbrio, mas um caminho que tem de continuar a ser trilhado nos próximos anos. Tal como é dito pela Comissão Europeia, só mesmo a incerteza política que se possa gerar em Portugal poderá impedir esta trajetória", avisou o presidente do Grupo Parlamentar do PSD.
O líder parlamentar do PSD trata por isso de deixar um apelo em particular ao PS. "O PS é um partido que partilha connosco um caminho de afirmação na Europa, com respeito pelos compromissos e tratados europeus. O PS pode muito bem olhar para estas previsões da Comissão Europeia e interrogar-se se o que tem andado a fazer nos últimos dias vai ou não refletir-se positivamente ou negativamente na vida das pessoas", referiu.
"Qualquer solução governativa que coloque em causa os objetivos orçamentais, o cumprimento dos compromissos europeus, é evidente que traria uma instabilidade económica e financeira, deitando por terra todo o esforço já feito", acrescentou o presidente do Grupo Parlamentar do PSD.