No país da morna, Marcelo quer aquecer as relações entre Portugal e Cabo Verde
Visita de Estado de três dias arranca este domingo, na Cidade da Praia. Objetivo é reforçar relações entre os dois países. Cultura, economia e encontros institucionais dominam a agenda.
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Em Cabo Verde, reina a morna, um dos muitos estilos musicais de um país conhecido pela sua musicalidade, e tal como em tantas outras viagens protagonizadas por Marcelo Rebelo de Sousa, a visita de Estado - que tem passagem garantida pelas ilhas de Santiago, Fogo e São Vicente - deverá decorrer a bom ritmo. No mínimo, frenético.
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Durante três dias, o presidente da República visita o país onde, no inicio do ano passado, teve lugar a primeira visita oficial do primeiro-ministro, António Costa, e tem na agenda vários passeios, cerimónias, discursos e encontros de caráter institucional, com empresários ou, em boa parte, por razões culturais e de proximidade entre os dois países.
No primeiro dia oficial de visita, na Cidade da Praia, Marcelo Rebelo de Sousa começa por visitar uma padaria portuguesa - uma das muitas existentes em Cabo Verde -, para sublinhar a ligação a Portugal e o contributo dos pequenos e médios empresários lusos para a economia cabo-verdiana, mas boa parte do dia será passado na Ilha do Fogo, onde, depois de recebida por autarcas, a comitiva que acompanha o chefe de Estado, em pleno vulcão, irá provar o vinho da "Adega de Vinho Chã" e almoçar junto da população local - numa das muitas oportunidades que os cabo-verdianos irão ter para privar com o presidente português.
Ao fim do dia, são os portugueses e a cultura nacional que voltam a estar em destaque, com uma recepção na fragata "Álvares Cabral" ao som da banda portuguesa Dead Combo que, além de convidada pele presidente, é ainda figura de destaque da 5ª edição do festival Atlantic Music Expo.
Na terça-feira, dia em que discursa perante os deputados, no parlamento, são os encontros institucionais que dominam a agenda de Marcelo Rebelo de Sousa que, logo pela manhã, é recebido pelo presidente da República cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca - que, enquanto amigo e ex-colega de faculdade do chefe de Estado português, irá marcar presença em quase todos os momentos da visita de Estado. Durante a tarde, depois de um passeio num mercado e de uma homenagem no Memorial Amílcar Cabral, encontra-se com o primeiro-ministro, José Ulisses Correia e Silva.
Oportunidades para, tal como sublinhou, nos últimos dias, o Governo de Cabo Verde, reforçar "as excelentes relações de cooperação e amizade" entre os dois países, e abordar temas como a colaboração económica, a educação, a investigação ou a muito falada solução para a livre circulação de cidadãos entre os dois países.
Para o terceiro e último dia de visita, Marcelo Rebelo de Sousa guardou outras das duas vertentes que a presidência quer ver sublinhadas na passagem por Cabo Verde: académica e empresarial - sendo que Portugal é, neste momento, o país que mais exporta para Cabo Verde e o segundo destino de produtos fabricados em território cabo-verdiano, apenas ultrapassado por Espanha.
No Mindelo, em plena ilha de São Vicente, onde irá receber as Chaves da Cidade, o chefe de Estado português visita a Escola Portuguesa, a Academia das Artes Livres e a Universidade, na qual irá, juntamente com o homólogo cabo-verdiano, pôr-se à conversa com alunos e professores.
Antes da partida para a visita de Estado ao Senegal, que tem início no dia seguinte, Marcelo Rebelo de Sousa visita ainda duas empresas portuguesas - de Mangualde e Barcelos - do setor têxtil, consideradas exemplos de sucesso nas boas práticas e nas exportações.