Social-democrata despediu-se dos deputados após ter anunciado renuncia ao mandato. "Em democracia é mais importante o que une do que aquilo que separa", defendeu.
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Depois de ter anunciado a renuncia ao mandato de deputado, sublinhando que o fazia para mostrar a Rui Rio que não precisava "de lugarzinhos", José Pedro Aguiar-Branco, antigo ministro e ex-líder parlamentar do PSD, despediu-se, esta sexta-feira, dos deputados da Assembleia da República, onde foi deputado durante 14 anos.
No momento da despedida, Aguiar-Branco, defendeu que ser deputado é um "exercício de liberdade" e "muito mais do que uma profissão".
"O parlamento é, por excelência, um espaço de confronto de projetos e de confrontação das nossas diferenças, num exercício de liberdade e de representação que não nos deve fazer esquecer nunca que ser deputado é mais do que uma profissão, não é uma profissão e muito menos um emprego", disse o social-democrata aos deputados.
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Pouco antes de se iniciarem as votações, e dirigindo-se ao plenário, Aguiar-Branco, antigo ministro de Pedro Passos Coelho, assinalou ainda que quaisquer alterações que venham a ser feitas no estatuto dos deputados não devem transformar os parlamentares em "meros funcionários da política", afirmando que deve ser a "dimensão de mandato com os eleitores" a servir de "inspiração" e a impedir que tal aconteça.
Com a liderança do grupo parlamentar no currículo, o social-democrata sublinhou ter sido uma "honra enorme" ter presidido à bancada do PSD, mas um "privilégio maior" ter feito parte do grupo parlamentar durante 14 anos.
"Este grupo, para além da identidade ideológica indiscutível, sempre soube ser fiel aos eleitores que representou e leal para com todas as lideranças do partido", disse, numa intervenção que recebeu aplausos de pé das bancadas de PSD e CDS-PP, sendo também aplaudida por alguns deputados socialistas e por José Manuel Pureza, do BE, e durante a qual salientou: "Em democracia é mais importante o que une do que aquilo que separa".
Na semana passada, Aguiar-Branco justificou a renuncia ao mandato - que tem efeitos a partir de 1 de fevereiro - numa entrevista à RTP, dias antes de o Conselho Nacional do PSD aprovar a moção de confiança à direção liderada por Rui Rio.
"Renuncio ao mandato. Também não sou candidato nas próximas eleições legislativas. O que mostra também que toda a minha avaliação da situação não tem nada a ver nem com lugares nem com 'lugarzinhos' como aquilo que, infelizmente, foi trazido para a discussão pública", afirmou.