"O Presidente deve ter 27 personalidades para compreender o país inteiro." Manuel João Vieira entregou assinaturas no TC

O candidato à Presidência da República, Manuel João Vieira
André Kosters/Lusa
"Portugal precisa de criação. Somos um povo que atravessou séculos porque sempre acreditou naquilo que não existe. Hoje peço que acreditem num Presidente que também não devia existir, mas existe", pede o Candidato Vieira
Alegria, arte e amor. Este é o lema do artista Manuel João Vieira que entregou, esta quarta-feira, 12.500 assinaturas no Tribunal Constitucional para formalizar a candidatura à Presidência da República.
Ainda no pátio do Palácio Ratton, o Candidato Vieira, nome que deu à candidatura, apresentou o manifesto eleitoral.
"Apresento-me sem medo, sem hesitações e sem pudor. Quero o Portugal dos três 'A': alegria, porque o país já tem tristeza suficiente para dez séculos; arte, porque quem não consegue ver a beleza no caos nunca perceberá Portugal; amor, porque nenhuma nação sobrevive só com frustração, fome e ordenados miseráveis. É o que está a acontecer", disse Manuel João Vieira.
Acompanhado pelo mandatário, o ator David Almeida, e com o pequeno Xavier, o autor do manifesto a fazer de púlpito, Vieira apresenta os trunfos na corrida a Belém.
"Tenho aspeto e porte estadista e sei cantar o fado sem desafinar, às vezes, sei pintar sem pedir desculpa, sei escrever quando me apetece, sei pensar sem pedir licença, sei beber sem cair ou caindo com alguma elegância, sei falar francês", descreve-se.
Qualidades que nenhum dos outros candidatos reúne: "Alguns podem ter uma ou outra habilidade, mas todas ao mesmo tempo não têm. A minha mãe ensinou-me que o Presidente deve ter pelo menos 27 personalidades para compreender o país inteiro."
O candidato garante que conhece bem o país e por isso sustenta que Portugal não precisa de administração.
"Portugal precisa de criação. Somos um povo que atravessou séculos porque sempre acreditou naquilo que não existe. Hoje peço que acreditem num Presidente que também não devia existir, mas existe. Só eu posso, na segunda volta, acabar com esta imbecil aventura. Viva Portugal absurdo, luminoso e absolutamente necessário. Muito obrigado e viva Portugal", concluiu, recebendo gritos de apoio.
O músico Manuel João Vieira entregou no Tribunal Constitucional as assinaturas obrigatórias para formalizar a sua candidatura presidencial, reiterando a promessa de "só desistir se for eleito" e defendendo que Portugal tem que "dar um salto em frente".
A entrega foi formalizada esta quarta-feira no Palácio Ratton, em Lisboa, pelo fundador e vocalista da banda Ena Pá 2000 Manuel João Vieira.
Em declarações aos jornalistas à saída do Tribunal Constitucional, Manuel João Vieira disse ter entregado 12.500 assinaturas, um número acima do mínimo exigido de 7500, após um processo de recolha que considerou "trabalhoso", identificando como maior problema a obtenção de alguns documentos e "alguns subterfúgios" que, argumentou, tiveram como intenção travar a sua candidatura.