António Filipe criticou a declaração de António Costa sobre as obras no IP3 e a progressão de carreiras. "Faz lembrar quando Cavaco Silva disse que queria baixar o leite das criancinhas".
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No programa Política Pura, o deputado do PCP considerou "lamentável" a declaração em que o primeiro-ministro disse que quando o Governo decide pela obra do IP 3, decide "não fazer evoluções nas carreiras ou vencimentos".
António Filipe recua aos tempos do governo minoritário de Cavaco Silva, em 1987, quando os preços dos combustíveis eram fixados administrativamente.
"Na altura,o primeiro-ministro disse que a intenção dele era baixar o preço do leite para as criancinhas e que se a oposição obrigasse a baixar o preço da gasolina, ele não podia baixar o preço do leite" recorda António Flipe que encontra um paralelo com as declarações de António Costa "quando o primeiro-ministro vem dizer que para fazer as obras do IP3 não pode respeitar os direitos dos professores e o que consta do Orçamento de Estado".
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"Podemos arranjar exemplos para tudo. Por exemplo, o primeiro-ministro podia dizer assim "eu para baixar uma décima no défice e fazer boa figura em Bruxelas não posso fazer obras nenhumas em Portugal", diz o deputado comunista.
Questionado ainda sobre as palavras do líder parlamentar do PS Carlos César sobre a eventual perda de influência da esquerda na governação, em caso de crise política, António Filipe diz que "não é o Partido Socialista quem determina a capacidade eleitoral que o PCP.
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"O facto de António Costa ser primeiro-ministro dependeu da correlação de forças que se criou na Assembleia da República. E a influência que o PCP venha a ter depende da vontade dos eleitores". Mesmo que António Filipe admita que a influência hoje é "limitada".
"A Assembleia da República não é um jogo de futebol de onze contra onze, são 230 deputados e quem tem mais deputados, tem mais votos e tem mais peso", diz o deputado comunista.