Popularidade de Marcelo em baixa? Presidente "grato pela generosidade dos portugueses"
Marcelo Rebelo de Sousa não está preocupado com a quebra na avaliação que os portugueses fazem do seu mandato. O Presidente mostrou-se, sim, preocupado com o salário mínimo na função pública e por isso decidiu promulgar o diploma.
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Marcelo Rebelo de Sousa vê o copo meio cheio quando o assunto é a sua popularidade junto dos portugueses.
Um quarto dos inquiridos pela Aximage considera que o Presidente da República tem atuado mal e a sua avaliação desceu, este mês, para níveis inferiores aos registados por Cavaco Silva em idêntico período do seu mandato.
Mas o Chefe de Estado prefere destacar a generosidade dos portugueses:
"O que é que eu hei de dizer sobre isso? Que continuo muito grato à generosidade dos portugueses. Se se trata de os portugueses gostarem de mim na proporção de 71 ou 67 por cento, lembre-se que vai fazer três anos que eu tomei posse, eleito com 52 por cento. Portanto, ter, - três anos e tal volvidos, com tudo aquilo que é a função e o desgaste da função -, a generosidade dos portugueses em níveis tais, perto dos 70 por cento, um bocadinho acima ou um bocadinho abaixo, acho que não é razão para falta de generosidade."
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Marcelo Rebelo de Sousa falava, aos jornalistas, no arranque da 20ª edição das Correntes D"Escritas na Póvoa de Varzim.
O Presidente da República aproveitou ainda para explicar porque promulgou a nova base remuneratória da administração pública nos 635,07 euros.
"As certezas foram superiores às dúvidas e a certeza é uma: é que não se poderia sacrificar um número tão elevado de funcionários públicos, trabalhadores da função pública, como são aqueles que se encontram no escalão mais baixo e que têm, de facto, salários muito, muito, muito baixos e isso pesou decisivamente", sublinhou.
Esta questão pesou mais do que o que estava do "outro lado da balança", disse, referindo-se ao facto de não haver subidas noutros escalões, do salário mínimo nacional ficar aquém do salário mínimo na função pública e haver no escalão inferior pessoas com situações diversas.
"Tudo somado entendi que pesava mais um argumento de justiça social que era o não sacrificar aqueles que estão na situação mais difícil dentro da função pública", referiu.
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Os funcionários públicos recebem o salário de fevereiro a partir de quarta-feira, mas ainda não é este mês que a subida da remuneração base para 635,07 euros será paga aos cerca de 70 mil trabalhadores abrangidos.
O decreto-lei que coloca a nova base remuneratória da administração pública nos 635,07 euros foi aprovado em 24 de janeiro em Conselho de Ministros e promulgado esta segunda-feira pelo Presidente da República - que expressou dúvidas sobre esta opção política -, mas como os salários deste mês já foram processados a atualização só acontecerá mais tarde.
Só quando o diploma for publicado entrará em vigor com efeitos retroativos a janeiro de 2019 e deverá abranger, segundo o Governo, cerca de 70 mil funcionários públicos.
Ainda de acordo com o executivo, o custo da subida da base remuneratória da administração pública é de cerca de 50 milhões de euros.
A remuneração base da administração pública correspondia até agora ao valor do salário mínimo nacional, que este ano é de 600 euros.
Caso o executivo tivesse atualizado a base remuneratória para 600 euros, o custo dessa atualização seria de 20 milhões de euros, segundo fonte das Finanças.
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*Com Lusa