Primeira sessão parlamentar pós-autárquicas é palco para partidos reclamarem vitória autárquica
O PSD, sozinho ou em coligações com várias forças, foi o partido com mais presidentes de câmara eleitos (136). Já o PS foi o segundo, ganhou, sozinho, 126 câmaras, e mais duas em coligação com o Livre e PAN. A CDU ficou em terceiro e o Chega conseguiu vencer em três concelhos
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A primeira sessão parlamentar depois das eleições autárquicas, a 12 de outubro, está a servir para fazer balanços, mas também para reclamar vitória. O ambiente vivido na Sala das Sessões, na Assembleia da República, pode mesmo ser traduzido numa espécie de 'a minha vitória é melhor do que a tua'.
Pelo PS, Eurico Brilhante Dias reclamou vitória por ser a segunda força política: "[O PS] cá está de volta. Cá está na liderança da oposição. Cá está, sendo a verdadeira alternativa de Governo ao bloco de direita", ditou.
A afirmação provoca sorrisos e risos nas bandas do Chega e PSD, onde Hugo Soares esperava receber os parabéns dos socialistas.
"Desejo ao PS que continue como hoje: a comemorar 'vitórias de pirro' como aquelas que os senhores tiveram nas eleições autárquicas. Que feliz eu fico quando vejo o PS, que perdeu a Associação Nacional de Municípios, que perdeu municípios absolutamente essenciais no país, que perdeu a ANAFRE comemorar vitória. Por escassos momentos, pensei mesmo que estava a ouvir o PCP daquela bancada — esses são os que ganham sempre", atirou.
Nas eleições autárquicas de domingo, o PS deixou de ser a principal força autárquica em Portugal e ficou com a presidência de 128 câmaras, duas delas em coligação, quando em 2021 tinha 149 câmaras, uma delas em coligação. Os socialistas perdem assim a liderança da ANMP para o PSD e voltaram a falhar o objetivo de conquistar Lisboa e Porto.
E, por falar em PCP, Paula Santos, durante o debate, também reclamou vitória, afirmando que o partido é a "terceira força política a nível nacional".
Por parte do Chega, Pedro Pinto veio considerar que o PS está a fazer mal as contas e aconselhou os socialistas a ligarem mais ao que diz o antigo líder.
"É Pedro Nuno Santos que avisa: 'Não houve nenhuma retração do Chega.' Se calhar, o PS devia ouvir mais Pedro Nuno Santo", sugeriu.
Já o líder parlamentar socialista, Eurico Brilhante Dias, nas respostas, reafirmou que o PS se sente vencedor destas autárquicas e, para o PCP, deixou uma farpa, tendo em conta a opção da CDU de não alinhar na coligação liderada por Alexandra Leitão na corrida à câmara de Lisboa.
"O PCP teve uma belíssima oportunidade de colocar a direita na oposição e escolheu ficar sozinho. Não utilizarei a expressão 'orgulhosamente só' porque o PCP não merece. Mas espero que, dentro de pouco tempo, não seja o vereador do PCP a fazer maioria com a direita na Câmara Municipal de Lisboa", alertou.
Durante o debate foi também referido por várias vezes a urgência de mudar as regras das leis eleitorais, reforçando os executivos de uma só cor, ao permitir que quem ganha possa escolher a sua equipa.
O PSD, sozinho ou em coligações com várias forças, foi o partido com mais presidentes de câmara eleitos (136). Já o PS foi o segundo, ganhou, sozinho, 126 câmaras, e mais duas em coligação com o Livre e PAN. O Chega conseguiu vencer em três concelhos.