Carlos César acredita em "melhores condições" para debater descentralização com o PSD. O líder parlamentar do PS diz na TSF que podem "surgir novidades nessa e noutras áreas" com a nova liderança.
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O PS arranca para os dois dias de jornadas parlamentares com a convicção de que "haverá melhores condições" para o diálogo com o PSD.
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A descentralização é um dos temas em que o acordo entre socialistas e social-democratas é essencial, como sublinha Carlos César: "Não é possível uma reforma de descentralização sem o PS e o PSD, mas será também necessário envolver outros partidos nesta reforma".
César considera que, independentemente de ser Rui Rio o novo líder, "haverá melhores condições por ter havido uma clarificação" e que agora o PS terá um interlocutor "seguro e com continuidade e previsibilidade" e não um "PSD errático, indefinido e ausente das grandes decisões".
O PS considera que havia condições para já se ter avançado mais no campo da descentralização, mas acusa o PSD de se ter mostrado "reticente" e "indefinido". Agora, acreditam os socialistas, depois da "recomposição da liderança do PSD", podem "surgir novidades nesta e noutras áreas".
"Não está em causa um processo de regionalização", afirma Carlos César que, a título pessoal, assume que "seria adepto de uma descentralização mais profunda do que aquela que está em cima da mesa". "Acho um erro não compreender que da descentralização não resulta um perigo, mas um benefício que já está testado no plano nacional", acrescenta.
À esquerda, que tem insistido na necessidade de dar um passo maior e avançar para a criação de regiões, o PS responde que "mesmo aqueles que acham que esta descentralização fica aquém do desejado, ficariam satisfeitos por estarem mais próximos daquilo que desejariam".
Terça-feira à tarde o ministro Eduardo Cabrita vai participar no debate sobre Descentralização, para o qual os socialistas convidaram ainda Isilda Gomes (antiga Governadora Civil de Faro) e que conta com moderação da deputada Susana Amador.
Transparência para "reabilitar a democracia"
A comissão parlamentar para a Transparência nos Altos Cargos Públicos tem mandato até final de fevereiro, mas o PS diz agora que não pretende "apressar o PSD".
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"É importante que esta reflexão se faça procurando que os partidos consigam consensos à volta destes temas e, portanto, não temos o direito de apressar ninguém que não esteja em condições para se associar a esse consenso".
Questionado sobre se o PS estaria disponível para alargar o prazo dos trabalhos, Carlos César admite que sim: "É desejável no plano parlamentar que se concilie a rapidez com a qualidade e é isso que se procurará neste processo", diz o líder da bancada do PS.
César salienta as propostas apresentadas para as classificar de "avanços" e considera que é necessário "reforçar a confiança entre eleitores e eleitos".
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Terça-feira de manhã, no segundo dia destas jornadas parlamentares, o PS convida para o debate sobre a Transparência Guilherme D'Oliveira Martins (Administrador da Fundação Calouste Gulbenkian), Susana Coroado (vice-presidente da Associação Cívica para a Transparência e Integridade) e o fiscalista João Taborda da Gama, com moderação do deputado Pedro Delgado Alves.
PS no rasto do fogo "também para espicaçar o Governo"
O grupo parlamentar do PS vai deslocar-se aos distritos de Coimbra, Leiria e Viseu, onde, durante o primeiro dia de trabalho, os deputados vão visitar os concelhos de Penacova, Arganil, Tábua, Oliveira do Hospital, Oliveira de Frades, São Pedro do Sul, Vouzela, Mortágua, Santa Comba Dão, Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, contactando com as populações afetadas pelos incêndios de junho e outubro do ano passado, além de reunirem com autarcas e organizações locais.
"Isto não é uma visita de propaganda, não se faz propaganda com a tragédia e a infelicidade das pessoas", afirma Carlos César.
A ideia é levar os "deputados de outras regiões do país a ter contacto direto com as populações para compreenderem a dimensão do que se passou, tomar consciência do que está a ser feito e o que ainda falta fazer" e "espicaçar o Governo se for preciso", explica o líder parlamentar do PS que, amanhã, encerra os trabalhos.
Esta segunda-feira, à hora do jantar, em Coimbra, juntam-se aos deputados o secretário-geral do PS, António Costa, e o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues.
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