Social-democratas dizem que PCP "se arrependeu" de avançar com pedido de cessação de vigência dos decretos. PSD pondera avançar com pedidos de apreciação parlamentar até ao debate a 24 de fevereiro.
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O PSD admite avançar com pedidos de cessação de vigência dos decretos-lei que determinaram a municipalização da Carris e da STCP (Sociedade dos Transportes Coletivos do Porto). O anúncio foi feito, esta quarta-feira, pelo líder parlamentar do PSD, no final da conferência de líderes parlamentares.
"Não deixaremos de participar de uma forma muito ativa na discussão e de utilizar todos os meios regimentais, sejam propostas de alteração seja mesmo a cessação de vigência", disse Luís Montenegro, depois do encontro em que ficou agendada para 24 de fevereiro a discussão, em plenário, das apreciações parlamentares pedidas pelo PCP aos dois decretos do Governo.
Depois de colocado um ponto final nas dúvidas quanto aos pedidos de apreciação parlamentar por parte dos comunistas, que optaram por apresentar propostas de alteração aos diplomas, a dúvida paira agora sobre a opção que poderá ser tomada pelos social-democratas: apresentação de propostas de alteração ou um pedido de cessação dos decretos.
Luís Montenegro não esclarece, para já, qual a iniciativa dos social-democratas, deixando, no entanto, críticas à posição do PCP.
"Parece que [o PCP] se arrependeu de propor a cessação de vigência dos dos diplomas, mas nós não deixaremos de suscitar todas as matérias pertinentes nesta discussão", acrescentou.
PCP diz que PSD já devia estar "escaldado" pela incoerência
Criticas ouvidas pelo líder parlamentar do PCP, João Oliveira, que depois de garantir o voto contra dos comunistas a um eventual pedido de revogação do decreto por parte do PSD, insiste que os social-democratas voltam demonstrar falta de coerência.
"Eu sugeria ao PSD que se preocupasse com a coerência das suas posições, porque uma vez já saíram escaldados desse discurso", retorquiu o deputado.
Pelo PS, também o deputado Pedro Delgado Alves lançou críticas aos social-democratas, acusando-os de falta de visão para a gestão dos transportes no Porto e em Lisboa.
"A ausência de uma visão sobre o que é que pretende para a Carris e a STCP é a única coisa que pode justificar uma abordagem desse tipo por parte do PSD", disse, concluindo: "Tenho a certeza que prevalecerá, no parlamento, o que é a vontade de ter uma solução positiva, construtiva".
As soluções devem ser apresentadas até dia 24 de fevereiro, com a certeza de que, à esquerda, PS, PCP e BE vão rejeitar qualquer pedido de revogação dos dois decretos aprovados pelo executivo socialista.