"No final, em consciência, não podemos deixar de nos incomodar e tomar posição", disse Passos Coelho no arranque de um colóquio organizado pelos sociais-democratas.
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Pedro Passos Coelho insiste que, caso o tema da eutanásia venha a ser votado no parlamento, o grupo parlamentar do PSD terá liberdade de voto, mas o líder social-democrata - que diz já ter refletido sobre o tema - admite que, mesmo com a liberdade de voto da bancada, o partido pode vir a tomar uma posição oficial sobre a matéria.
"No final, em consciência, não podemos deixar de nos incomodar e tomar posição, não podemos deixar andar, não podemos, no fim, decidir para ser simpáticos e não incomodar", afirmou o líder do PSD no arranque do colóquio "Eutanásia/suicídio assistido: dúvidas éticas, médicas e jurídicas", na Assembleia da República.
Sem um consenso dentro do partido e do grupo parlamentar, Pedro Passos Coelho considera que o tempo é de reflexão com "honestidade" e "ponderação" sobre o tema. Nesse sentido, o líder do PSD sublinha a "humildade" com que os sociais-democratas partem para o debate que, defende, não se trata de um confronto partidário ou parlamentar.
"Não creio, sinceramente, que nenhum de nós se sinta particularmente mandatado pelo partido ou eleitores para decidir antecipadamente de uma forma ou de outra", disse.
Pedro Passos Coelho pede, por isso, exigência e empenho de todos, incluindo os deputados, que o presidente social-democrata não quer ver alheados da decisão.
"Se a questão aqui for trazida temos de ter a coragem de decidir. O facto de dizermos que cada um deve em consciência decidir, não significa que o faça numa reserva pessoal tal que preserve cada decisor de assumir uma posição pública", acrescentou.
Assim, garante, a seu tempo, o próprio presidente do PSD irá tornar pública a sua "firme convicção nesta matéria".
"Por mais dúvidas que esta convicção possa transportar", disse Passos Coelho, que entende que as dúvidas sobre a matéria não podem ser justificação para quaisquer fugas ao debate.
O colóquio organizado pelo grupo parlamentar PSD junta, na Assembleia da República, médicos, constitucionalistas e peticionários contra e a favor da despenalização da morte medicamente assistida.