Propostas para o Orçamento? "Francamente, creio que não", diz Luís Montenegro, que remete essa responsabilidade para PS, BE, PCP e PEV. Sobre o CES, o "fracasso" foi transversal a todas bancadas.
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Luís Montenegro argumenta que se PS, BE e PCP "arrasam de alto a baixo as principais orientações políticas económicas que o PSD defende. "Não passa pela cabeça de ninguém que sejamos nós a influenciar o Orçamento do Estado".
O líder parlamentar do PSD sublinha as declarações do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa sobre a existência de "dois modelos económicos" e garante que o "país sabe quais são as propostas do PSD", por isso, não crê que o caminho passe pela apresentação de propostas alternativas no debate orçamental.
E se a convocação do Conselho de Estado para o dia 29 de setembro, à beira da apresentação do OE 2017, for entendida como "uma pressão positiva, não há nenhum drama".
"Faz parte da competência do Presidente da República influenciar o Parlamento e o Governo para que decidam bem. A magistratura de influência é isso mesmo".
Montenegro diz que é o Governo quem tem a obrigação de apresentar o Orçamento até porque, "não está a cumprir aquele que está atualmente em vigor", e insiste na acusação de "falhanço da política económica".
Agora, na oposição, o líder parlamentar do PSD mantém que importa cumprir a meta do défice, mas acusa o PS de "empurrar para debaixo do tapete" os problemas estruturais do país.
Luís Montenegro não encontra no atual Partido Socialista "nenhum tipo de aproximação às orientações do PSD". Considera que os "três partidos que suportam o Governo têm interesses muito específicos" que mantêm de pé o acordo que viabiliza o Governo. Desde logo, o PS que Montenegro acusa de ter hoje um programa político mais radical.
"Quem vê hoje as propostas do PS não reconhece os eixos da governação de Mário Soares, António Guterres e mesmo de José Sócrates", ironiza o líder parlamentar do PSD.
Já quanto aos parceiros que apoiam o Governo:
"O Bloco de Esquerda e o PCP querem obstaculizar uma governação do PSD e do CDS e aproveitam a embalagem para irem fazendo aprovar propostas do seu programa político".
Em vez de propostas orçamentais, o maior partido da oposição aposta "numa panóplia de iniciativas", diplomas que percorrem todas as áreas da governação, das leis eleitorais, à educação, saúde, economia, território, arrendamento urbano, património e cultura. Mas sem esperar acolhimento por parte da nova maioria.
CES: PSD rejeita acusação do PS
O PSD rejeita , como acusa o PS, ser "o responsável" pelo fracasso na eleição do presidente do Conselho Económico e Social (CES) e se o PS pede garantias, o líder parlamentar social democrata é claro:
"A garantia é muito simples: nós tudo faremos para cumprir o compromisso com o PS. Faremos o trabalho de sensibilização dos nossos deputados. É um trabalho que cabe a todos os grupos parlamentares e às direções parlamentares. É inequívoco que o fracasso da votação anterior é transversal a todas as bancadas e em igual importância porque os números falam por si".
Para que Correia de Campos, nome indicado pelo PS, fosse eleito, eram necessários 147 votos. Mas obteve apenas 105 a favor, 93 votos brancos e 23 nulos. Somados os votos das bancadas do PS e do PSD totalizam 175.