"Pulverização só beneficia a direita." Carneiro alerta candidatos de esquerda que Seguro é o único que pode ir à segunda volta

Foto: Tiago Petinga/Lusa
O secretário-geral do PS refere que há no país um "desequilíbrio estrutural para a direita" e alerta que, para inverter esta tendência, é necessário empenho para levar António José Seguro, "a candidatura que representa os valores do PS", à segunda volta nas eleições presidenciais
O secretário-geral do PS alertou esta noite os candidatos presidenciais de esquerda que António José Seguro é o único nome com hipóteses de levar a esquerda à segunda volta, frisando que a "pulverização apenas beneficia a direita e a extrema-direita".
No jantar de Natal do grupo parlamentar do PS, na Assembleia da República, José Luís Carneiro lembrou, no seu discurso, que há atualmente no país um "desequilíbrio estrutural para a direita" verificável no parlamento nacional e das regiões autónomas e no poder local, alertando que, para inverter esta tendência, é necessário empenho para levar António José Seguro, "a candidatura que representa os valores do PS", à segunda volta nas eleições presidenciais.
O líder do PS defendeu que "só há uma candidatura [à esquerda] que tem condições para ir à segunda volta", que é a de António José Seguro, deixando um aviso aos restantes candidatos de esquerda nestas presidenciais.
"Deixo um apelo a todas as outras candidaturas naturalmente legítimas e que merecem todo o nosso respeito, mas, objetivamente, a pulverização dos votos à esquerda apenas beneficia a direita e a extrema-direita nestas eleições", considerou, sem concretizar o apelo.
José Luís Carneiro pediu ainda aos socialistas que se envolvam e empenhem no apoio a Seguro para permitir que o candidato apoiado pelo PS chegue à segunda volta.
"Por isso vos quero pedir que se empenhem daqui até dia 18 de janeiro, ativamente em cada um dos vossos territórios, como fizemos nas eleições autárquicas, com a mesma energia, com a mesma entrega, com a mesma força, com a mesma determinação, porque somente os valores do socialismo democrático são capazes de reconstituir o equilíbrio político, o equilíbrio no sistema político de que Portugal precisa neste momento", pediu.
Em matéria internacional, José Luís Carneiro frisou que o PS é defensor do multilateralismo, acrescentando que é "pena que o Governo não aproveite mais a disponibilidade" dos socialista para "na frente externa se trabalhar mais na defesa destes valores fundamentais para a afirmação de Portugal no Mundo.
E acrescentou: "Mas ficou claro que o Governo, quando tem que fazer opções claras, esquece-se do PS, esquece-se dos valores sociais-democratas, esquece-se dos valores democratas cristãos e esquece-se dos valores do humanismo, mas tem sido o PS nos momentos fundamentais a afirmar esses valores do trabalhismo, da social-democracia, do socialismo democrático e do humanismo".
O líder do PS defendeu ainda, como o líder parlamentar tinha feito no discurso anterior, que o PS é uma "oposição credível, responsável e capaz de afirmar os valores e princípios nas tantas opções de política concreta onde o Governo tem falhado".
"Um Governo que falhou na política de habitação e que está a falhar todos os dias na política de habitação. Um Governo que está a falhar na política de saúde e que falha todos os dias na política de saúde. Um Governo que está a falhar todos os dias na resposta às mães, aos pais, às famílias para quem ainda temos mais de 100 mil alunos das nossas escolas que não têm professores a tempo inteiro em todas as salas de aula", atirou.
No final do seu discurso, José Luís Carneiro, que chegou atrasado ao jantar devido a problemas no voo vindo de Bruxelas, transmitiu aos socialistas um "abraço de saudação" enviada por António Costa, antigo secretário-geral do PS e presidente do Conselho Europeu.
