Rui Rio questiona a mudança da procuradora-geral se a ideia do governo é a continuidade. Líder social-democrata ainda contraria o seu líder parlamentar que defendeu uma revisão constitucional.
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Rui Rio reagiu à nomeação de Lucília Gago e, consequentemente, à não recondução de Joana Marques Vidal. O líder social-democrata tinha revelado que não se op unha a uma decisão favorável à continuidade da atual procuradora-geral da República, o que acabou por não acontecer.
Na opinião do líder do PSD "a PGR melhorou bastante neste último mandato", frisando mesmo que "este terá sido melhor desde o 25 de Abril até hoje", o que não apaga que "continuam a haver problemas na PGR", nomeadamente os "resultados práticos [dos dossiês que] estão ainda muito aquém do que é exigível num estado de direito democrático".
Para o partido social-democrata, "fazia sentido ser nomeada outra vez Joana Marques Vidal", porém, não o sendo, defendia-se um modelo diferente "em que deixava de ser alguém de dentro da PGR" e era escolhido "alguém na sociedade portuguesa de grande prestígio que conseguisse ter um consenso nacional".
"O governo fez o contrário. A pessoa nomeada não sabemos qual o seu pensamento sobre aquilo que deve ser a linha estratégica para a PGR e é alguém de dentro do Ministério Público e não de fora. Bem, se é alguém do Ministério Público faz pouco sentido mudar de procuradora. Mais ainda, se a nova procuradora será parecida ou igual à doutora Joana Marques Vidal. Então, porque é que não continua Joana Marques Vidal?", questionou o líder social-democrata.
Durante as declarações aos jornalistas, Rui Rio admitiu ainda que "fazer uma revisão constitucional por causa deste aspeto não faz sentido nenhum neste momento", contrariando o que tinha dito o líder da bancada parlamentar do PSD. "Da próxima vez que se fizer uma revisão constitucional se deve ou não incluir este aspeto é um debate que se pode ter", acrescentou.
Recorde-se que, esta manhã, Fernando Negrão fez saber na TSF que "o PSD estaria com certeza disponível para uma revisão constitucional" que esclarecesse a situação do mandato único na Procuradoria-Geral da República.