Santana recebe apoio de Hugo Soares e avisa que PSD não será muleta de ninguém
Pedro Santana Lopes afirma, ainda, que não estará disponível para um governo de bloco central.
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"Não queremos ser segundos de ninguém nem muletas de ninguém. Comigo na liderança, o PPD/PSD só volta ao poder depois de ganhar eleições legislativas em 2019", referiu num encontro que juntou cerca de uma centena de militantes.
Para Santana Lopes, os militantes têm de pensar bem no que cada um dos candidatos "representa e pode representar para a vida do partido, nomeadamente quanto a estas coligações com o bloco central".
"Eu não tomo como fruto do acaso as declarações do mandatário nacional do doutor Rui Rio. E muito menos tomo como fruto do acaso a tentativa de explicar essas declarações que surgiu no dia seguinte. Se o meu mandatário nacional fizesse afirmações como essas, no dia seguinte já não era mandatário nacional, ponto. Porque nenhum militante pode dizer que se o seu candidato não ganhar, ou seja por que razão for, que admite votar no doutor António Costa em eleições legislativas", criticou Santana.
Enfatizou que, com ele na liderança do PSD, não haverá bloco central e alertou para os perigos desta solução governativa.
"Um bloco central num sistema de quatro ou cinco partidos, um governo dos dois principais partidos, leva a uma conclusão muito óbvia: ao crescimento dos extremos do sistema partidário", referiu, apontando o exemplo recente da Alemanha.
Santana diz que quer construir "uma alternativa para ganhar à frente esquerda" e que está "fora de questão" o PSD ser "parceiro de romance" com o PS.
"[O PSD não vai] ficar à espera que o doutor António Costa se desentenda com os partidos à sua esquerda e venha mudar de parceiro de romance e nos venha pedir a nós para nos comprometermos com ele. Fora de questão. Nós somos alternativa programaticamente e politicamente", vincou.
Sublinhou que o PSD não vai sacrificar o interesse de Portugal a "nenhuma coligação conjuntural".
Admitiu que, ganhe quem ganhar as eleições de 13 de janeiro, o PSD "ficará bem servido", mas alertou que o partido "não pode ter uma liderança que aposte na distância ou no silêncio".
"Tem de estar próxima das pessoas", defendeu.
Líder parlamentar do PSD apoia Santa Lopes
O líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, anunciou este sábado que apoia a candidatura de Pedro Santana Lopes à presidência do partido, sublinhando que se trata de uma escolha a pensar sobretudo no país.
"É pelo país que apoiarei e votarei em Pedro Santana Lopes", disse Hugo Soares, em Braga, este sábado à noite.
Hugo Soares, que é natural de Braga e preside à Concelhia local do PSD, lembrou que Santana Lopes, entre os vários cargos que já exerceu, "foi primeiro-ministro de Portugal e foi um excelente primeiro-ministro de Portugal".
"Tinha um bom Governo e tinha, sobretudo, as políticas certas, estava a fazer aquilo que o país precisava que se fizesse", referiu.
O líder parlamentar do PSD disse ter "a certeza absoluta" que Santana Lopes vai ganhar as eleições legislativas de 2019 e voltar a ser "um grande primeiro-ministro".
"E vai ser um grande primeiro-ministro porque tem a preparação, tem o caráter e a personalidade que a liderança exige, tem a proximidade e a humanidade de que o cargo carece e tem, sobretudo, a alma de um partido todo que quer ganhar as eleições legislativas em 2019. E, por isso, eu não tenho dúvidas nenhumas de que em 2019 Pedro Santana Lopes voltará a ser primeiro-ministro de Portugal, desta vez com os votos dos portugueses, e isso faz muita diferença também", acrescentou.
Pedro Santana Lopes e o antigo presidente da Câmara do Porto Rui Rio são, até ao momento, os candidatos a suceder a Pedro Passos Coelho.
Para Hugo Soares, ganhe quem ganhar, "o PSD fica bem servido". "Fica mesmo. Qualquer um deles é melhor do que o doutor António Costa", enfatizou, para vincar que o PSD "está bem e recomenda-se".