A ADSE e o pedido de exoneração do governador do Banco de Portugal foram os temas dominantes da Circulatura do Quadrado.
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"Se a ADSE vai acabar? Não, eu acho que não." As palavras são de António Lobo Xavier e serviram de mote para um dos pontos de discussão da edição desta quinta-feira da Circulatura do Quadrado.
"Não é possível acabar a ADSE. Pelo contrário, há problemas de sustentabilidade na ADSE que deviam estar a ser tratados. A ADSE está muito atrasada. Paga mal, tem problemas de sustentabilidade e inventou uma regra - não devemos fugir a essa ideia - segundo a qual poderiam ser retroativamente corrigidos os preços, exigindo devolução de pagamentos se se verificasse que havia preços mínimos inferiores aos preços praticados por boa parte dos operadores", regra que, lembra o membro do painel do programa com transmissão na TSF e TVI24, "nunca foi levada muito a sério".
Pacheco Pereira revela uma outra preocupação. "Suspeito das empresas privadas que, em grande parte, estão a levantar uma questão neste contexto de fragilidade do Governo em matéria de Saúde. Mas também suspeito que o Governo, apertado como está" pelas regras da Europa, "não esteja também a tentar cortar em todo o lado." Posto isto, declarou-se "agnóstico" em relação a esta discussão até que uma entidade independente explique se os custos "são justos e equilibrados."
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Jorge Coelho tentou, no entanto, explicar alguns dos pontos levados a discussão. "Quem paga a ADSE são os funcionários, tem as contas equilibradas. Pode é ter condições para que, no médio prazo, as coisas possam deixar de o estar", pedindo que não se trate este caso como mais uma "tragédia do país."
Além da ADSE, também a possível exoneração do governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, foi tema de análise. O Bloco de Esquerda pediu, no início desta semana , a exoneração de Carlos Costa por entender que o mesmo "não tem condições para continuar no cargo" por falta de idoneidade. Em causa está o facto de o atual governador ter sido administrador da Caixa Geral de Depósitos e ter tomado decisões prejudiciais para o banco público.
Sobre se o governador tem condições para continuar no cargo, Pacheco Pereira lembra que "quando se coloca um homem que é hesitante, demora muito tempo a resolver e não tem autoridade própria" num lugar com tanta autoridade como a que tem no Banco de Portugal, as coisas funcionam de forma "torta". Posto isto, entende que Carlos Costa se deve demitir.
"A pressão que o Governo está a ter para demitir o governador, por parte do Bloco de Esquerda, não faz sentido. O modelo de demissão do governador do BdP e da Europa é tão complexo que um Governo não pode demitir um governador, porque eles são inamovíveis", considerou Jorge Coelho.
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