Armindo Monteiro classifica como "gongóricas" e "exageradas" palavras de antigo secretário-geral da UGT

Manuel de Almeida/Lusa (arquivo)
O presidente da CIP comenta assim as declarações do antigo secretário-geral da UGT Carlos Silva, que esta quarta-feira sugeriu que as propostas de alteração à lei do trabalho apresentadas pelo Governo podem ser resultado de uma imposição da confederação
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O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) classificou como "exageradas" as declarações do ex-secretário da UGT Carlos Silva, que esta quarta-feira sugeriu que as propostas de alteração à lei do trabalho apresentadas pelo Governo podem ser resultado de uma imposição da CIP.
"Devemos evitar fazer afirmações gongóricas, exageradas e sem fundamento. (...) Esse tipo de afirmação não contribui em nada para a construção de soluções. Nós estamos em concertação social a procurar soluções. Se a proposta fosse da CIP, não seria seguramente aquela proposta. Esta é uma proposta que foi apresentada pelo Governo", disse Armindo Monteiro, em declarações à TSF.
Para o responsável, a discussão tem de ser feita "de forma serena" e é preciso perceber se "as alterações que estão preconizadas vão ter um impacto assim tão grande na vida dos trabalhadores".
Por exemplo, "a questão do banco de horas que já existiu e funcionou bem", atirou.
Não tenho dúvida que se ele fosse referendado pelos trabalhadores, os trabalhadores o aceitariam. Os próprios sindicatos aceitam o banco de horas na vertente coletiva, porque é que não aceitam na forma individual?
Armindo Monteiro assegurou, no entanto, que isto não quer dizer que defenda que os acordos coletivos de trabalho já não façam sentido.
"Não é por ser presidente da CIP que não reconheço que a negociação em alguns pontos está desequilibrada. A lei do trabalho tem de equilibrar essas relações", concluiu.
