
André Ventura, líder do Chega
José Coelho/Lusa
"Fico com a sensação que não está preocupada com a defesa dos trabalhadores, não está preocupada com a defesa das mães, não está preocupada com os despedimentos, está preocupada com fazer a vontade ao PS", acusa o líder do Chega
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O presidente do Chega, André Ventura, considerou esta quarta-feira que a União Geral de Trabalhadores (UGT) está a ser "fortemente manipulada pelo PS" no âmbito das alterações à lei laboral propostas pelo Governo PSD/CDS-PP.
"Eu fico com a sensação clara que a UGT está a ser fortemente manipulada pelo PS. Francamente. Lamento dizer isto assim, mas fico com a sensação que não está preocupada com a defesa dos trabalhadores, não está preocupada com a defesa das mães, não está preocupada com os despedimentos, está preocupada com fazer a vontade ao PS. E isso custa", criticou André Ventura.
O presidente do Chega falava aos jornalistas à margem de uma visita que fez hoje, como candidato às eleições presidenciais, às instalações da Polícia Municipal de Sintra, na freguesia de Algueirão Mem-Martins, altura em que adiantou que membros do seu partido estiveram hoje reunidos com representantes da UGT.
Ventura, que defendeu que o PS "não deve instrumentalizar os sindicatos para aquilo que quer", disse ter ficado convencido de que a UGT "está simplesmente a ser manobrada" pelos socialistas.
"É que já tínhamos a CGTP manobrada pelo PCP, agora temos a UGT manipulada pelo PS. E assim não há nenhum debate sobre os trabalhadores. Assim, isto é uma luta de chicana política em que a esquerda está a tentar ganhar agora o que não ganhou no dia 18 de maio", acusou.
O presidente do Chega disse ter "o respeito pela UGT", mas insistiu na crítica, considerando que é algo "muito negativo".
André Ventura afirmou ainda que o seu partido não vai permitir "nenhuma reforma laboral que tire direitos aos trabalhadores".
"Nem às mães, nem aos trabalhadores, nem vamos permitir despedimentos de qualquer maneira, isso é claro", acrescentou.
As centrais sindicais CGTP-IN e UGT convocaram uma greve geral para o próximo dia 11 de dezembro em protesto contra o anteprojeto do Governo de revisão da legislação laboral, que ainda será apresentado e votado na Assembleia da República.
Entre as alterações contidas no anteprojeto do Governo de revisão da legislação laboral estão a extensão da duração dos contratos a prazo, o regresso do banco de horas individual, o fim do travão à contratação externa após despedimentos, a revisão das licenças parentais e o reforço dos serviços mínimos obrigatórios em caso de greve.
