Entre o que dizem ser "um ataque ao poder local" e à "estabilidade política", CDS, PCP e BE dividem-se sobre as razões invocadas pelo Presidente da República.
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O CDS-PP concorda com as razões invocadas pelo Presidente da República para vetar o diploma que altera os estatutos da Sociedade de Transportes Públicos do Porto e do Metro do Porto, sublinhando que sempre esteve contra aquela alteração.
"O CDS compreende e percebe as razões invocadas pelo Presidente da República", afirmou o deputado Hélder Amaral, sublinhando que "não estão muito longe" daquilo que o partido "sempre defendeu".
Em declarações à TSF, Hélder Amaral, acusa o PS de com este diploma fazer um ataque à economia e ao poder local e por isso aplaude o veto.
Já o PCP considera que o veto presidencial "traduz a sua visão diferente quanto ao papel do Estado".
Em declarações à TSF, Jaime Toga, da Comissão Política do PCP, discorda do veto. Espera que o Parlamento confirme a lei e explica que o diploma servia para responsabilizar o Estado.
A alteração pretendida com o diploma "visava impedir que o Estado se viesse a desresponsabilizar, quer em matéria de propriedade, quer em matéria de gestão", adiantou Toga, que é o responsável pela Direção da Organização Distrital do Porto do PCP."Estamos a falar de um contexto em que o Estado, através da Metro do Porto e dos STCP tem os meios, a competência, as empresas, os trabalhadores e a capacidade instalada, não faz sentido que, podendo, o legislador não salvaguarde esta situação no futuro", desenvolveu.
O Bloco de Esquerda diz que este veto contraria a ideia defendida pelo próprio Marcelo Rebelo de Sousa de promover a estabilidade política. Heitor de Sousa considera que "é uma ameaça à estabilidade da maioria, porque o presidente sabe que esta medida: reverter as privatizações, é um dos pilares do acordo entre os partidos de esquerda para governar".
Esta é a segunda vez que Marcelo Rebelo de Sousa exerce o poder de veto desde que tomou posse como Presidente da República, devolvendo ao parlamento o diploma aprovado a 09 de junho, relativo à alteração aos Estatutos da STCP e da Metro do Porto, considerando, segundo a página da Presidência da República, que é "politicamente excessivo e contraditório com os objetivos assumidos no quadro da governação em funções".