Pedro Filipe Soares considera que este episódio contribui para legitimar a promiscuidade entre governantes e grandes grupos económicos.
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O PCP, através do dirigente Jorge Pires, considerou as deslocações do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais ao Europeu de futebol França2016, a convite da Galp, uma "atitude criticável", cabendo ao primeiro-ministro, ao Governo e ao próprio tirar ilações.
"Nós consideramos, tal como no passado, que situações como estas não contribuem para a necessária separação entre poder político e poder económico e, por isso, consideramos uma atitude criticável", afirmou o membro da comissão política do comité central do PCP.
À margem de uma conferência de imprensa sobre a banca, Jorge Pires disse que "cabe ao primeiro-ministro, ao Governo e ao próprio analisarem a situação, tirarem as devidas ilações e decidirem o que fazer nesta situação".
"Posso garantir que com deputados do PCP esta situação não aconteceria", assegurou.
Para o dirigente comunista, "atitudes destas não ajudam de facto a fazer essa separação entre poder político e económico, que não tem sido feita em muitas situações ao longo dos anos e prejudicam a vida democrática" em Portugal "e têm sido responsáveis por situações gravíssimas".
Já o presidente do grupo parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, considerou "eticamente reprovável qualquer comportamento que legitime a promiscuidade entre governantes ou deputados e grandes grupos económicos".
O parlamentar do BE lembrou que "as demissões do Governo dependem do Governo", mas admitiu a necessidade de tirar "ilações políticas" de "comportamentos eticamente reprováveis" como os de eleitos que tenham viajado a convite da Galp para assistir a jogos da seleção de futebol no Campeonato Europeu/2016.