Presidente da Assembleia da República elogia "maturidade e responsabilidade" dos partidos ao alcançarem consenso para um texto comum que permita avançar com os trabalhos da comissão de inquérito.
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O presidente da Assembleia da República elogiou, esta quinta-feira, o "sinal de maturidade e de responsabilidade" dado pelos grupos parlamentares ao responderem ao repto lançado pelo presidente da Assembleia da República para que se chegasse a um consenso e a um texto único tendo em vista o arranque da comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD).
Depois de o CDS-PP ter anunciado que iria propor a criação de uma nova comissão de inquérito à Caixa, Ferro Rodrigues pediu aos diversos grupos parlamentares que chegassem a acordo para um texto comum, evitando assim "proliferação" de propostas.
Agora, depois conhecido o consenso entre CDS-PP, BE, PS e PSD - e mesmo com o PCP a não rubricar o acordo, mas a preparar-se para deixar passar a proposta -, o presidente da Assembleia da República salienta a resposta positiva dos diferentes partidos.
"Congratulo-me naturalmente pelo facto de os grupos parlamentares terem respondido positivamente ao meu desafio de ver discutido um texto comum de inquérito à questão da CGD. É mais um sinal de maturidade e de responsabilidade dos grupos parlamentares e, consequentemente, da Assembleia da República", sublinha Ferro Rodrigues, numa nota a que a TSF teve acesso.
O primeiro partido a anunciar que iria avançar com uma proposta para uma nova comissão de inquérito foi o CDS-PP, que depois acabou por chegar a um consenso com BE, PSD e PS. Logo após a conferência de líderes desta quarta-feira, os bloquistas tinham, inclusive, adiantado a intenção de também apresentarem a proposta, manifestando, no entanto, disponibilidade para rubricarem um texto comum a todos os partidos. Na mesma reunião, PSD e PCP terão optado por não se pronunciar sobre essa possibilidade.
Do texto inicial entregue pelo CDS-PP acabou por cair a crítica feita aos partidos da esquerda, o que terá agradado a Ferro Rodrigues, que tinha apelado a um texto conjunto. O CDS-PP escrevia que "a rejeição, pelo PS, BE e PCP, dos requerimentos de suspensão da Comissão, até a decisão do Supremo Tribunal de Justiça, determinou o termo da atividade da Comissão em julho de 2017".
A frase foi apagada do texto final, que deverá ser votado a 14 de fevereiro, e onde se lê apenas que "tendo terminado os seus trabalhos em julho de 2017, a primeira Comissão Parlamentar de Inquérito (...) não teve acesso à auditoria realizada pela EY, concluída posteriormente, em julho de 2018".