David Justino e Porfírio Silva discutiram o tema das relações familiares no Executivo e o social-democrata garantiu que nunca faria parte de um Governo em que houvesse elementos familiares.
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As ligações familiares no Governo continuam a dar que falar e, para David Justino, está em causa um 'familismo' dentro do Partido Socialista, uma "teia de cumplicidades" que tem de levar a um 'mea culpa' do primeiro-ministro.
No programa Almoços Grátis, o vice-presidente do PSD acusou António Costa de nunca ter feito nada em relação a esta situação: "Já devia ter em conta há muito tempo." Como tal, espera que seja um "fenómeno que possa ser contido, que alguém faça um 'mea culpa' e retifique o que tem a retificar, a começar pelo primeiro-ministro".
"O primeiro-ministro é o responsável moral por esta situação", garante durante a discussão com Porfírio Silva .
Na opinião do social-democrata, "ninguém levantou problemas" por aparecer "um caso ou outro", nomeadamente no caso de dois ministros que são marido e mulher: Eduardo Cabrita e Ana Paula Vitorino. "O problema é que começamos a descobrir que os casos se multiplicam não só a nível de ministério, mas também ao nível da máquina de suporte ao funcionamento dos gabinetes ministeriais", realça, frisando que "isso é criticável".
David Justino reforça ainda que não tem nada contra o facto de na Assembleia da República estarem "marido e mulher, pai e filho ou seja o que for", já que são "eleitos e têm legitimidade própria".
"Relativamente a um órgão executivo em que há uma teia de cumplicidades de base familiar no funcionamento desse mesmo órgão, aí já tenho de pôr todas as reservas, não só morais, mas éticas acima de tudo", revela o social-democrata.
O vice-presidente do PSD deixa claro que não está preocupado com "o problema da falta de transparência", mas sim com a "imagem que o Governo de Portugal dá perante os portugueses e estrangeiros".
"Não ponho em causa a qualidade das pessoas nem a boa-fé, o que ponho em causa é a imagem que se dá ao país. No fundo, tudo se resolve em família. É essa imagem que julgo que não é favorável nem à credibilidade da política, nem do Governo. E isso é mau para a democracia e para o país", reitera David Justino.
David Justino frisou ainda que "como primeiro-ministro nunca aceitaria que houvesse relações familiares entre os ministros pertencentes ao mesmo Governo" e garantiu que "nunca aceitaria que nos gabinetes ministeriais houvesse elementos familiares, não só do ministro responsável mas de outros ministros existentes".
"Nunca pertenceria a um governo desses", assegurou o social-democrata.
* Com Anselmo Crespo e Nuno Domingues
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