O ex-líder da JSD aguarda o desfecho do Conselho Nacional desta quinta-feira, para decidir o que fazer: avançar com uma candidatura própria ou apoiar Luís Montenegro.
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Foi o primeiro a pedir diretas antecipadas, ainda no verão do ano passado. À época, o partido deixou-o a falar sozinho mas, agora que Luís Montenegro decidiu avançar, essa possibilidade volta a colocar-se. Tudo depende do resultado da moção de confiança que Rui Rio decidiu pedir ao Conselho Nacional, em resposta ao desafio de Luís Montenegro.
Se a moção de confiança for aprovada, o assunto fica arrumado, pelo menos por agora. Rui Rio continuará líder e será ele a conduzir o PSD aos três atos eleitorais marcados para este ano: Europeias, Regionais da Madeira e Legislativas. Mas, se os conselheiros rejeitarem a moção de confiança, o passo seguinte será a marcação de diretas antecipadas.
Nesse cenário, quantos candidatos podem aparecer? A avaliar pelas várias manifestações de disponibilidade, que foram surgindo no último ano, a resposta pode muito bem ser... Vários. De Luís Montenegro, a Miguel Morgado, passando por Miguel Pinto Luz ou Pedro Duarte, o que não falta no PSD são militantes "a ponderar."
Pedro Duarte é um deles. No início de agosto de 2018, em entrevista ao Expresso, o ex-líder da JSD apontava baterias a Rui Rio:"Os militantes pensavam estar a escolher um candidato a primeiro-ministro, mas na verdade escolheram um candidato a vice-primeiro-ministro", afirmou, para logo a seguir rematar que "o PSD deve mudar de estratégia e de líder" e que ele, Pedro Duarte, estava "disponível."
E agora? No atual contexto, a quatro meses das eleições europeias, será que continua disponível? Ao que a TSF apurou Pedro Duarte está a acompanhar esta guerra interna do PSD de forma equidistante. Até agora não quis fazer grandes declarações públicas, a não ser para reafirmar que o partido continua a necessitar de uma clarificação política e que a melhor forma de o fazer é através de diretas.
Se depois do Conselho Nacional desta quinta-feira o PSD avançar mesmo para diretas, Pedro Duarte terá que tomar uma decisão rápida. Ou avança com uma candidatura e é consequente com o desafio que fez em agosto, ou une esforços a Luís Montenegro. O calendário eleitoral apertado e o efeito nefasto para o partido de uma proliferação de candidaturas, são, sabe a TSF, os principais motivos de ponderação para Pedro Duarte. A única certeza, para já, é que não há certezas. Nem um eventual apoio a Luís Montenegro nem uma candidatura própria.
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