Liga dos Bombeiros alerta que situação das urgências hospitalares pode comprometer resposta
Necessidade de reforço de meios pode afetar o transporte de doentes não urgentes. É precioso melhor planeamento, apela António Nunes.
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O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, António Nunes, diz que o encerramento dos serviços de urgência de obstetrícia e ginecologia que se têm verificado nos últimos dias em vários hospitais na região de Lisboa têm "implicações muito graves" na rotina das corporações.
"Isto faz com que a utilização de meios adicionais dos bombeiros possa vir a prejudicar o socorro nas suas áreas de atuação", alerta. "É completamente diferente os percursos que fazemos, o tempo que demoramos, muitas vezes a retenção da ambulâncias e das macas nas próprias urgências hospitalares."
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António Nunes começou a ser ouvido no Parlamento, na comissão parlamentar de saúde, e esta tarde vai reunir-se com a ministra da Saúde, Marta Temido, a quem vai apresentar duas reivindicações:
"Melhor planeamento e organização na gestão do pré-hospitalar no que diz respeito às situações de emergência e àquilo que é a relação com os serviços de urgência" e a atualização dos valores pagos aos bombeiros pelo transporte de doentes não urgentes, que não sofrem alterações desde 2012.
"Isso cria uma asfixia financeira nas nossas associações humanitárias e pode vir a prejudicar, no futuro, o transporte de doentes não urgentes. Não o queremos fazer - somos associações humanitárias, estamos ao serviço dos cidadãos e sempre estivemos."
A mensagem para o Governo é clara: "Ou são tomadas medidas que possam retificar aquilo que está errado ou no futuro o Governo vai ter um problema para resolver", adverte, em declarações à CNN Portugal.
António Nunes garante, por outro lado, que a resposta dos bombeiros aos incêndios florestais não está comprometida.
"O que se pode vir a passar é a obrigação que nós vamos ter de ter maios adicionais", que exige custos e "uma gestão mais cuidada", com "planeamento prévio".