Questionado pelos jornalistas, o líder do PS considerou que o país deve muito aos Capitães de Abril «e esse dever muito não é só nas palavras de circunstância, é nos atos».
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António José Seguro demarcou-se este sábado da posição do primeiro-ministro e também da presidente da Assembleia da República a propósito da polémica à volta da participação dos militares de Abril na cerimónia que assinala os 40 anos da revolução dos cravos.
Questionado sobre o episódio que ocorreu entre a presidente da Assembleia da República (AR), Assunção Esteves, e a Associação 25 de Abril, e que, de manhã, em Valpaços, foi desvalorizado por Pedro Passos Coelho, Seguro adiantou que o PS pediu uma reunião para discutir as comemorações do 40.ª aniversário da Revolução dos Cravos.
«Discordo do senhor primeiro-ministro. Considero que o país deve muito aos Capitães de Abril. E esse dever muito não é só nas palavras de circunstância. É nos atos. Por isso o PS, através de Alberto Martins, [líder parlamentar], solicitou à presidente da AR uma reunião para que se encontre uma solução que permita que as comemorações no Parlamento sejam feitas com dignidade», disse Seguro.
Na passada quinta-feira, Assunção Esteves disse que convidou a Associação 25 de Abril para estar presente - "e só" -, na sessão solene comemorativa do Dia da Liberdade.
A presidente da AR disse ainda que, se os militares impõem a condição de falar na cerimónia, «o problema é deles», algo que não foi bem aceite por Vasco Lourenço, presidente da Associação 25 de Abril.
«Episódios laterais», foi como Pedro Passos Coelho classificou, hoje, o caso.