
Comércio em Paredes de Coura reanima
Ana Peixoto Fernandes
Ao segundo dia do festival de Paredes de Coura, a casa voltou a encher.
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O comércio em Paredes de Coura vive dias de bonança com o regresso do festival, após a privação de dois anos por causa da pandemia.
Novamente com a vila cheia de gente feliz, o negócio rende para todos: cafés, padarias, mercearias, restaurantes, alojamentos. E até a farmácia incrementa a venda de determinados produtos.
"Tampões para os ouvidos, o que é uma coisa curiosa num festival de música, anti-histamínicos por causa do frio que se apanha lá em baixo no festival e anti-gripais, são os três produtos em que se nota um acréscimo nas vendas", conta António Pereira da farmácia Ribeiro, situada ao cimo da rua Conselheiro Miguel Dantas.
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Em contrapartida, há produtos, como os contracetivos, para os quais não há mais procura, ao contrário do que, à partida, seria de esperar num evento como um festival de música. "Julgo que seja porque também há oferta de preservativos no recinto", refere António.
O que tem procura e a toda a hora são as refeições no restaurante Miquelina, algumas portas abaixo na mesma rua, onde a TSF entrou cerca das 18h00 de terça-feira, e o pessoal da casa estava a "almoçar", após servir mais de centena e meia de refeições.
"Durante o festival é o habitual. Os nossos almoços são às quatro, cinco, seis da tarde, para depois repor a cozinha para os jantares", conta o proprietário Carlos Teixeira, que minutos antes tinha informado um festivaleiro, que entrou pelo estabelecimento adentro a perguntar por comida, que retomariam o serviço às 19h00 horas.
"Querem comer a toda a hora. A partir do momento que se levantam do recinto, vem por aí acima para comer", comenta, acrescentando: "O festival já fazia falta. É muito bom para o negócio. Triplicamos as refeições de um dia normal. Hoje já devemos estar nas 150 a 170 refeições".
Ainda na rua Conselheiro Miguel Dantas, a azáfama é grande no café pastelaria Courense. "As pessoas o que mais procuram aqui é pão e muitas comidas rápidas: panados, pizas, bolos, confeitaria em geral. Se num dia normal vendemos mil pães, no festival são 3500 por aí. Triplica", conta Filipe Peres sem tirar as mãos do serviço.
Público espanhol continua fiel
A expectativa da organização do Vodafone Paredes de Coura é que passem diariamente pela vila cerca de 25 mil pessoas. E o certo é que, ontem, ao segundo dia do festival, a casa voltou a encher.
Uns avassaladores Idles foram a banda mais esperada e também a mais aclamada pela multidão no anfiteatro do Taboão.
Entre as milhares de pessoas que circulavam dentro e fora do recinto, sentia-se a presença de muita gente da vizinha Espanha.
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"Somos de Pamplona. Estamos de férias na Galiza, na zona de Pontevedra, e viemos passar um dia. É um festival que atrai muita gente, que tem boa vibração e é muito divertido", contou às TSF o casal Lander e Edurne, de origem basca, referindo que o cartaz de ontem foi um dos motivos da visita. "Idles, Beach Houss e Viagra Boys", indicou a jovem Edurne.
Já o namorado destacou a comida. "Comemos muito bem. Bacalhau à Brás, com batatinhas e ovo, e frango no forno. Bebemos vinho do Douro", descreveu. E Edurne completou: "Estava tudo delicioso. Voltaremos".
Segundo fonte da organização, o público espanhol regressa sempre a Paredes de Coura. A seguir ao português, é o segundo com maior procura de bilhetes. Os passes para os cinco dias estão esgotados desde o primeiro dia. Ontem a organização anunciou que os bilhetes diários para dia 20 também esgotaram.
Hoje vive-se o terceiro dia da 28ª edição do festival (1993).
Há Jazz na Relva ao longo da tarde e estão em cartaz bandas como os Surprise Chief, Yellowdays, Donnybenét, The Comet is Coming, Molchatdoma, Parquetcourts, L"Éclair e Turnstile.
A noite no palco principal encerra com L"Impératrice atua às 00h45, Nu Genea Live Band (01h45) e John Talabot (03h15).