São fonte de segurança e autoestima. A distância faz com que sejam mais difíceis de receber dos amigos, mas a proximidade torna-os muito mais fáceis de dar à família, animais incluídos: é Dia Mundial do Abraço.
Corpo do artigo
Há uns mais apertados, outros mais longos, alguns deles carregam a saudade dos dias que correm e outros são mesmo para o cão ou gato. Neste que é o Dia Mundial do Abraço, a presidente da Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar (SPTF), Ana Maria Gomes, destaca à TSF o papel do abraço no combate à solidão e como prova de amor.
"É talvez das expressões de amor mais importantes." Um abraço "dá-nos segurança, dá-nos autoestima e permite-nos saber que somos amados e desejados", é uma "certeza de que vale a pena" e "um conforto e uma alavanca muito grande".
TSF\audio\2020\05\noticias\22\ana_maria_gomes_1_amor_e_conforto
A pandemia e o confinamento vieram tornar "mais consciente a importância do abraço e do beijo", neste que é, como sublinha, um paradoxo: estamos mais perto e mais longe.
"As famílias estão mais juntas e há mais tempo para mais abraços dos pais aos filhos e entre o casal", mas há também um "afastamento de outras figuras muito importantes da família", o que cria sentimentos de "tristeza e crise". Também os abraços dos amigos estão "mais difíceis de conseguir".
12225675
E como nada substitui um abraço, a quem não pode fazê-lo devido à Covid-19, a terapeuta familiar sugere um abraço virtual ou até mesmo um abraço que possa ser dado com o olhar. Mesmo que "não sejam os melhores, são os possíveis".
E se não podemos abraçar outra pessoa, porque não fazê-lo com um animal de estimação? Tenham quantas patas tiverem, são "elementos muito importantes nas dinâmicas pessoais e familiares", trazem um "afeto, conforto e troca muito importantes" a toda a família, dos 8 aos 80 anos de idade, e oferecem "conforto afetivo e emocional" às pessoas.
TSF\audio\2020\05\noticias\22\ana_maria_gomes_4_animal
Desde que a pandemia começou, a Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar disponibilizou uma linha telefónico de apoio às famílias. Ana Maria Gomes revela que têm aparecido vários tipos de casos, mas ainda é cedo para avaliar os efeitos da Covid-19 nas relações familiares.
"Sentimos que esta crise, esta fase de confinamento com medo, insegurança e incerteza, teve repercussões muito prejudiciais para algumas famílias e muito dolorosas", explica a terapeuta. Mas outros casos há em que "as coisas estão a correr, a família conseguiu manter-se unida, aprendeu a gerir tarefas e novas formas de solucionar problemas".
A linha telefónica da Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar - 213 555 193 ou aotelefone@sptf.pt- vai funcionar até ao fim de junho.