Desde fevereiro que um despacho do Ministério da Saúde limitou, por norma, a dispensa de antiretrovirais a doses suficientes para um mês. A Abraço diz que recebe cada vez pedidos de ajuda.
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A presidente da Abraço, Margarida Martins, explica à TSF que tem recebido cada vez mais apelos.
A associação envia medicamentos, pelo correio, a perto de 200 doentes que vivem longe dos hospitais de Lisboa ou Porto e que não têm dinheiro para os transportes. O problema, diz Margarida Martins, é ainda mais grave em regiões onde não existe a Abraço.
É o caso de Bruno quer vive no Algarve a 60 quilómetros do hospital de Faro. Há mais de um mês que não toma os três medicamentos antiretrovirais necessários para não agravar a doença.
Sem tomar os medicamentos, Bruno aguarda pelas boleias de amigos. Admite que está preocupado, mas o dinheiro não chega para ir todos os meses ao hospital de Faro.
Perante estas queixas, a TSF falou com o coordenador do Programa nacional para a infeção VIH/SIDA que admite estar preocupado.
Conhece estes casos motivados por um despacho do Governo de fevereiro, que limita, por norma, o fornecimento de antiretrovirais às necessidades de um mês.
António Diniz diz, no entanto, que é preciso perceber melhor o que se passa. A forma como está a ser cumprido o despacho vai ser reavaliada. Em cima da mesa pode estar o envio pelo correio ou distribuir mais doses dos medicamentos.
O coordenador do Programa nacional para a infeção VIH/SIDA diz que é inaceitável alguém ficar sem medicamentos porque está longe de um hospital.
Esta segunda-feira, dia 20 de maio, passam trinta anos sobre a divulgação do estudo científico que identificou a doença que continua sem cura.
De acordo com os últimos números das Nações Unidas, há 33 milhões de pessoas infetadas em todo o mundo. Em Portugal, são perto de quarenta e duas mil.