Administradores hospitalares pedem concentração de urgências em Lisboa e Porto
A falta de médicos e o encerramento das urgências hospitalares estiveram em debate, esta segunda-feira, no Fórum TSF.
Corpo do artigo
Os administradores hospitalares pedem a concentração de urgências na Grande Lisboa e no Grande Porto. Esta é uma medida de fundo defendida pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, que, esta segunda-feira, reúne-se com a ministra da Saúde.
"Temos de trabalhar a questão da concentração e da organização das urgências metropolitanas na área de Lisboa e também no Porto, que de resto está já contemplada no PRR [Plano de Recuperação e Resiliência]. Temos de trabalhar na flexibilidade da contratação", defende, no Fórum TSF, Catarina Baptista, vice-presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, para quem os conselhos de administração dos hospitais têm de passar a ser responsabilizados e poderem, efetivamente, gerir os hospitais.
14937295
Para Catarina Baptista, a valorização das carreiras dos profissionais de saúde é "uma questão muito premente". "Hoje, uma grande percentagem do trabalho nos hospitais é feita com recurso a prestadores de serviços. Temos um grande aumento da utilização das horas extraordinárias e isto denota alguma lapidação das horas disponíveis pelos quadros e temos de atuar", sublinha a representante da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares.
TSF\audio\2022\06\noticias\13\catarina_batista_1_medidas
A tutela pediu aos administradores hospitalares que apresentem, desde já, as escalas de serviço para o verão e para o Natal. Catarina Baptista considera que se trata do reconhecimento de que é preciso tomar medidas.
"Deve ser transparente que esta dificuldade [em fazer escalas de serviço] não é por incompetência de gestão das administrações e das direções clínicas, é mesmo uma questão de falta de recursos disponíveis", refere a vice-presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares.
"Temos, rapidamente, de reduzir a nossa dependência, no SNS, de prestadores de serviços. Temos de contratar as pessoas", sublinha.
TSF\audio\2022\06\noticias\13\catarina_batista_2_incompetencia
Os privados oferecem-se para ajudar no atual cenário. O presidente da Associação Portuguesa da Hospitalização Privada, Oscar Gaspar, aponta que o problema está no aumento da procura, apesar de o próprio Serviço Nacional de Saúde (SNS) estar a trabalhar mais.
"O que está aqui em causa é pôr todo o sistema a trabalhar no sentido de resolver o problema que temos entre mãos. O SNS está a fazer mais hoje do que fazia há dois anos e muito mais do que fazia há cinco anos. O problema é que o que o SNS está a fazer a mais não é suficiente para suprir o aumento de procura que existe", afirma.
TSF\audio\2022\06\noticias\13\oscar_gaspar_1_todos_juntos
"É necessário trazer muito mais capacidade, muito mais atividade, para fazer face a esta procura", conclui o presidente da Associação Portuguesa da Hospitalização Privada.