Aeroporto. "Está nas mãos de Moedas marcar uma reunião extraordinária ou fugir da questão até setembro"
Vereador do PCP acusa o presidente da Câmara de Lisboa de tentar evitar pronunciar-se sobre o novo aeroporto e avisa que se a capital quer ter uma palavra a dizer, o momento para o fazer é agora.
Corpo do artigo
João Ferreira desafia o presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML) a marcar uma reunião extraordinária esta semana para discutir a proposta comunista sobre o aeroporto, depois de Carlos Moedas se ter ausentado na reunião de quarta-feira antes de o tema ser abordado. Em declarações à TSF, o vereador do PCP diz que "está nas mãos" do social-democrata decidir marcar uma reunião extraordinária, para a qual todos os partidos mostraram disponibilidade, ou "fugir da questão até setembro".
Para João Ferreira, que acusa Moedas de evitar debater um assunto "incómodo", o momento de discutir a localização do novo aeroporto e as soluções propostas é agora, "sendo certo que de setembro não passará." "Quem pode marcar essa reunião extraordinária é Carlos Moedas. Neste momento, está nas mãos do presidente (.. .)", afirma.
TSF\audio\2022\07\noticias\28\joao_ferreira_3
Acusando o social-democrata de se manter em silêncio sobre o tema ao longo das últimas semanas, João Ferreira sublinha que "seria importante que essa discussão tivesse lugar" neste momento, porque, "como é público e notório, é agora que estão ocorrer desenvolvimentos [reuniões entre o Governo e o PSD] que vão condicionar a solução."
E, portanto, "se Lisboa quer intervir nessa discussão, de forma a condicionar os desenvolvimentos, ou o faz agora ou perde uma oportunidade de o fazer", acentua, criticando a posição "equívoca" do líder do executivo camarário nas últimas semanas: "O que sobressai, não apenas por aquilo que aconteceu na reunião de ontem [quarta-feira], mas por aquilo que aconteceu ao longo das semanas, é o incómodo de Carlos Moedas com esta questão. Aliás, basta ter presente que o seu próprio posicionamento público perante uma questão que é absolutamente crucial para o presente e futuro da cidade tem sido equívoco".
"O que vemos da parte de Carlos Moedas é silêncio", constata o comunista, comentando que nas ocasiões em que o presidente se pronuncia sobre o tema é para dizer que "tanto lhe faz" qual a solução que venha a ser concretizada.
TSF\audio\2022\07\noticias\28\joao_ferreira_1
À TSF, o vereador comunista explica que a proposta, que ontem não chegou a ser discutida, prevê que o presidente da Câmara, Carlos Moedas, fique mandatado para negociar com o Governo um calendário, tendo em vista uma desativação faseada e definitiva do aeroporto da Portela, que se tornou "um fardo insustentável" para todos os que vivem e trabalham na capital.
Segundo o comunista, a proposta prevê também que a Câmara, à semelhança daquilo que outras cidades europeias já fizeram, leve a cabo uma campanha de informação e sensibilização da população sobre os riscos e perigos a que está exposta em face da permanência desta estrutura dentro da cidade, tendo em conta os impactos que lhe estão associados.
TSF\audio\2022\07\noticias\28\joao_ferreira_2
João Ferreira conta também que a proposta comunista foi disponibilizada ao presidente Carlos Moedas, antes de ser entregue, com o intuito de "recolher contributos e ouvir a sua opinião". "Isso não só não aconteceu, como, depois de entregue nos serviços, a proposta viu serem ultrapassados todos os prazos regimentalmente previstos para o seu agendamento", acabando por ser agendada como extra agenda na reunião de quarta-feira. A forma como a reunião foi conduzida deixou a discussão para o fim, "quando o presidente decidiu ausentar-se."
15052832